PSD acusa oposição de “querer destruir primeiro-ministro”

Debate da moção de censura
Foto: Lusa

O deputado do PSD Miguel Santos acusou hoje a oposição de “querer destruir o primeiro-ministro” por “não conseguir destruir as políticas do Governo”, considerando que em causa não está um “escrutínio legítimo” do executivo.

Miguel Santos, num pedido de esclarecimento à intervenção inicial do secretário-geral do PCP no debate da moção de censura apresentado pelos comunistas no parlamento, acusou os partidos da oposição de adotarem um “exercício cínico e indigno” em que optam por “destruir o primeiro-ministro” e colocar em risco a estabilidade política por “não conseguirem destruir as políticas do Governo”.

“Isto já não é escrutínio legítimo, isto é atirar lama para cima das pessoas (…) Pergunto-vos, qual é a alternativa de governo que propõem para o país e quais as políticas a seguir? (…) Esta é a pergunta que os senhores deputados têm de responder, não só nesta câmara, mas sobretudo ao país e aos portugueses. E aguarda-vos uma moção de confiança”, atirou.

Miguel Santos defendeu que o primeiro-ministro tem hoje elevados níveis de popularidade junto do povo português e que “declarou tudo e não escondeu nada”, acusando o PCP de não ver o país como prioritário, ao apresentar esta moção de censura.

O líder do PCP, Paulo Raimundo, acusou Miguel Santos de “trazer uma encomenda” e de dar o tom para os pedidos de esclarecimento que se seguiram de vários deputados do PSD – à semelhança do que aconteceu no debate da moção de censura apresentada pelo Chega –

Paulo Raimundo garantiu ainda que os comunistas não têm medo de voltar às urnas, lembrando que o PCP apresentou uma moção de rejeição ao programa de Governo, quando o executivo tomou posse e votou contra o Orçamento do Estado para 2025.

“E com essa mesma coerência e com esse mesmo combate e confronto com o Governo, aqui estamos nós a apresentar uma moção de censura para derrubar o Governo e a sua política”, acrescentou.

Depois da intervenção de Miguel Santos, vários deputados do PSD fizeram pedidos de esclarecimento para defender o trabalho do Governo desde a tomada de posse, em diversos pontos do país, nomeadamente nos círculos eleitorais pelos quais foram eleitos.

O social-democrata Gonçalo Valente, por exemplo, sublinhou o que disse ser o compromisso do Governo com o distrito de Beja ao nível do investimento em infraestruturas rodoviárias e de saúde, Joaquim Barbosa, sobre Braga, enalteceu a decisão de avançar com um hospital em Barcelos e Martim Syder destacou a construção do Palácio da Justiça e de uma nova maternidade em Coimbra.

Ouvidas as intervenções dos sociais-democratas sobre a ação do Governo em todo o país, Paulo Raimundo respondeu agradecendo, com ironia, a “volta a Portugal” feita pelos deputados do PSD e disse que, com esta moção de censura, já conseguiu a vitória de “finalmente a vida das pessoas ter presença” no parlamento.

“Eu não fui eleito nem por Coimbra, nem por Évora, nem por Braga, nem por Aveiro, nem por Beja, mas, apesar disso tudo, conheço mais ou menos cada uma dessas terras e cada uma dessas realidades”, acrescentou.

O líder do PCP argumentou ainda que, ao contrário do que foi defendido pela bancada do PSD, a região do Algarve, por exemplo, é das que tem o maior índice de precariedade laboral e em Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, as urgências pediátricas estão encerradas

Paulo Raimundo disse ainda que a crise política não foi criada pelo PCP, e que a intenção dos comunistas é “ajudar a resolver” a atual situação.

 
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