O PS-Braga quer que o ex-autarca socialista Mesquita Machado seja agraciado pelo atual executivo PSD/CDS-PP/PPM com o Grau de Honra, “juízo” de mérito que o presidente da autarquia põe a hipótese de deixar que seja a “História” a fazer.
“Nos fatores de ponderação das medalhas [a atribuir no dia do padroeiro da cidade, S. Geraldo, a 05 de dezembro] o critério político não terá peso nenhum. Poderão passar por saber se nós queremos substituir a História nesse juízo”, respondeu Ricardo Rio quando confrontado pelos jornalistas sobre a proposta socialista, no final da reunião do executivo desta manhã.
A atribuição do Grau de Honra a Mesquita Machado foi proposta pelos vereadores socialistas baseada nos “enormes serviços” que o ex-autarca, que ocupou o cargo durante 37 anos, prestou ao concelho.
“É uma questão de respeitar a opção democrática dos bracarenses que durante 37 anos escolheram Mesquita Machado para governar a cidade. Seria desprovido de qualquer lógica não reconhecer que Braga é a terceira cidade do país e deve muito disso a Francisco Mesquita Machado, que prestou enormes serviços ao concelho”, argumentou Hugo Pires.
Ricardo Rio, que remeteu a decisão sobre a atribuição de uma medalha ou não a Mesquita Machado para “momento próprio”, não se mostrou surpreendido com a proposta socialista.
“Estranho seria, mau seria, que o PS não fizesse esta sugestão”, comentou.
Além de Mesquita Machado, o PS propôs que o arcebispo primaz de Braga, Jorge Ortiga, fosse agraciado com a mesma distinção e que os ex-deputados de Braga à Assembleia Constituinte recebessem o Grau de Mérito de Ouro.
A mesma distinção foi proposta para o cónego Jorge Coutinho, pela “entrega e dedicação” à organização da Semana Santa de Braga e para o antigo presidente da Junta de Freguesia do vimieiro Ramiro Rodrigues, ambas a título póstumo.
Os socialistas querem ainda assinalar os serviços da Soarense, da Associação Pais e Amigos da Freguesia de Cunha, da TEM – Associação Todos com a Esclerose Múltipla e da Nova Comédia Bracarense com o Grau de Valor e Altruísmo de Ouro.
Os nomes de pessoas e entidades a distinguir têm que ser votados e aprovados em sede de reunião do executivo camarário.
“A Igreja não deve deixar ninguém de fora, mas a verdade é que, até aqui, em Braga não havia missas para surdos”, concluiu.
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