O PS/Braga apresentou um voto de censura ao presidente da Câmara pelos gastos “excessivos” na remodelação do gabinete presidencial ao qual o autarca bracarense respondeu com acusações de “oportunismo” e lembrou os gastos do seu antecessor, Mesquita Machado.
O voto do PS, proposto na reunião de hoje do executivo e “chumbado” pela maioria que lidera a autarquia bracarense (PSD/CDS-PP/PPM) teve o apoio do vereador da CDU, Carlos Almeida, que considerou o valor gasto “fora dos limites” aceitáveis
As obras de remodelação e decoração do gabinete da presidência, que englobam dois gabinetes e uma sala de acesso, custaram 76 mil euros, o valor “necessário” segundo o autarca Ricardo Rio.
“Setenta e seis mil euros por duas salas é um custo excessivos. Se compararmos com o mercado imobiliário de Braga é o custo de um apartamento. As cortinas custaram 10 mil euros. Isto não faz sentido nenhum principalmente porque estamos a falar de dinheiros públicos”, explicou, no final da reunião aos jornalistas, o líder da vereação socialista, Hugo Pires.
Em resposta, Ricardo Rio defendeu que “o investimento que foi feito foi aquele necessário” e deixou críticas ao PS.
“O que me parece é que há um aproveitamento político, é isso que está em causa. É um voto de um claro oportunismo porque não há de facto fundamento para reprovar este investimento”, disse.
Mas, no decorrer da reunião, Rio, reagindo às acusações da oposição, relembrou os gastos do executivo liderado por Mesquita Machado como os 8 milhões de euros gastos na piscina olímpica, ou os 3 milhões usados na compra da Casa das Convertidas entre outros gastos.
“Uma das realidades com que nos deparamos foi com a necessidade de pagar horas extras a motoristas que tinham vindo num sábado levantar jornais. Aparentemente, ao sábado, havia um motorista que vinha buscar os jornais ao quiosque e que depois os ia levar ao presidente, a casa”, disse.
Para Pires, estas são acusações e “ataques graves” ao PS, “ataques gratuitos” por parte do autarca.
“Ele [Ricardo Rio] na abordagem é deselegante porque ele não sabe conviver com uma crítica”, considerou o socialista.
Já para Carlos Almeida há uma “questão objetiva”, o valor gasto.
“Esse valor parece-nos, obviamente, excessivo e fora daquilo que seria valores aceitáveis”, afirmou o comunista.