O PS de Vieira do Minho criticou hoje a Câmara local pela “demora” no lançamento do concurso público para a requalificação da Escola Básica e Secundária do concelho, mas o presidente do município “reencaminhou” as críticas para o Governo.
Em comunicado, o PS pergunta para quando o lançamento do concurso, considera que a demora “não tem justificação” e diz temer que se possa perder “o financiamento que foi garantido pelo Governo português”.
Os socialistas lembram que passaram mais de dois anos desde a assinatura do protocolo, entre o Governo e a Câmara, que permite ao município, “enquanto dono da obra, avançar com a realização das obras”.
“Os atrasos até agora verificados são da responsabilidade da autarquia e do seu presidente, que devia priorizar este investimento tão importante e essencial para o concelho de Vieira do Minho”, refere ainda o comunicado do PS.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, António Cardoso, eleito pela coligação PSD/CDS, disse que o comunicado do PS deveria ser endereçado não para a Câmara mas sim para o Governo socialista.
“É bom não esquecer que se trata de uma escola que é da exclusiva responsabilidade do Ministério da Educação”, referiu.
Criticou ainda a “preocupação súbita” do PS local com aquela escola, “quando nos quatro anos em que esteve na liderança da Câmara não mexeu nem uma palha” para a requalificação do estabelecimento de ensino.
Sublinhou que, mesmo assim, o município já se comprometeu a entrar com 375 mil euros para a obra, enquanto o Ministério se ficou pelos 225 mil.
Acrescentou que o município contactou há mais de um mês o Ministério para o tentar convencer a financiar com mais 150 mil euros, mas ainda não obteve resposta.
A Câmara já abriu três concursos, pelo preço-base de 2,7 milhões de euros, mas dois ficaram vazios e o vencedor do terceiro não reuniu as condições necessárias para assumir a obra.
Para António Cardoso, seria necessário aumentar o preço-base em mais 300 mil euros para o concurso de tornar “atrativo” para os empreiteiros.
“O município já decidiu que contribuirá com mais 150 mil euros, o Ministério nada disse”, criticou.
O autarca diz ter a certeza que, com um aumento de 300 mil euros, o concurso teria concorrentes interessados.
“Assim, vamos lá ver”, rematou.
Em fevereiro, a Associação de Pais da Escola Básica e Secundária de Vieira do Minho promoveu manifestações e boicotes às aulas, para protestar contra a demora no arranque das obras.
A comunidade escolar queixa-se do amianto, do frio, da humidade e de fissuras.
Em 06 de março, o executivo aprovou o lançamento de um novo concurso público, mas este ato ainda não tem data marcada.