O PS pediu hoje a suspensão dos trabalhos enquanto os pendões do Chega sobre o fim do corte dos salários dos políticos estiveram na fachada do parlamento, mas o presidente recusou esta proposta.
Depois de uma discussão acesa no plenário, o deputado do PS Pedro Delgado Alves pediu a suspensão dos trabalhos enquanto o Chega não acatasse a ordem do presidente do parlamento de retirar esta publicidade.
José Pedro Aguiar-Branco recusou este pedido e o PS recorreu do mesmo para o plenário, que foi colocado a votação e manteve-se chumbado apesar dos votos a favor do PS (à exceção de quatro deputados socialistas), Livre e PAN.
O deputado do PS Sérgio Sousa Pinto tinha defendido que a “votação do documento mais importante do país não pode ficar dependente de meia dúzia de panos por mais asquerosos que sejam”.
Assim, depois de mais de 40 minutos de debate, os trabalhos orçamentais retomaram.
No arranque dos trabalhos, o presidente da Assembleia da República tinha clarificado que esta questão “não tem nada a ver com liberdade de expressão” e enfatizou que “não quer beneficiar o infrator”.
Aguiar-Branco sublinhou que o Palácio de São Bento é um monumento nacional “e por isso tem regras” sendo proibida a colocação de publicidade.
O presidente do parlamento disse que tentou mandar retirar essa publicidade, tendo isso mesmo acontecido com a que estava colocada no interior, mas não com a do exterior.
“Notifiquei o grupo parlamentar do Chega que não atendeu a minha notificação”, disse.
Segundo Aguiar-Branco, os pendões colocados foram “nas janelas dos gabinetes do grupo parlamentar do Chega” e não lhe pareceu que fosse “caso de arrombar as portas” desses gabinetes.
“Se não for retirado entretanto os bombeiros irão fazer a retirada pelo lado exterior porque não esperam que eu arrombe as portas para os retirar”, anunciou.
O presidente da Assembleia da República repudiou hoje a “vandalização política” do património nacional com a colocação de pendões do Chega contra o fim do corte nos vencimentos dos políticos e deu ordens para que seja retirada.
No arranque do último dia do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), José Pedro Aguiar-Branco quis dirigir-se aos deputados para dar conta do seu lamento e repudio pela colocação pelo Chega de vários pendões na fachada do edifício da Assembleia da República contra o fim do corte nos vencimentos dos políticos, que foi aprovado no âmbito orçamental.