O PS de Esposende acusou esta quinta-feira a Câmara local (PSD) de “esbanjar dinheiro público” com o dossier do Centro de Negócios, nomeadamente com o arrendamento de um edifício propriedade do pai de um presidente de junta social-democrata.
Em comunicado, o PS diz que em causa está um negócio “ruinoso”, com o pagamento, desde há quase três anos, de uma renda “elevadíssima”, que começou por 5 mil euros mensais e que foi entretanto atualizada para 5.500.
Agora, a Câmara está a investir quase 219 mil euros no prédio, para o adaptar a Centro de Negócios.
“O dono do prédio deve estar a esfregar as mãos de contente”, refere.
O PS frisa ainda que, antes do arrendamento do prédio para a instalação do Centro de Negócios, a Câmara, há seis anos, comprou, por mais de 600 mil euros, um terreno para o mesmo efeito.
O PS sublinha que, além de aquele ser um preço “elevadíssimo”, o terreno, ao longo de seis anos, ainda só serviu para “crescer vegetação e para instalar circos que visitam Esposende”.
“Há proprietários de terrenos e senhorios com muita sorte”, acrescenta o comunicado socialista.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, Benjamim Pereira, disse que o edifício arrendado se situa no centro da cidade e tem 750 metros quadrados, sublinhando que a renda foi fixada em função de uma avaliação.
Disse ainda que, na altura, o filho do dono de prédio ainda não era presidente de junta “nem era sequer previsível” que viesse a ser candidato.
“A melhor maneira que o PS encontra para disfarçar o que se passa no Governo é falar das autarquias PSD”, referiu.
Disse ainda que desde junho de 2018 que a Câmara não paga “um único cêntimo de renda”, uma situação que se manterá até janeiro de 2020.
Benjamim Pereira garantiu que o arrendamento será provisório, já que continua nos planos da Câmara a construção de instalações para o Centro de Negócios no terreno comprado há seis anos.
Uma obra que deverá custar “entre dois a três milhões de euros”, estando a Câmara à espera de uma oportunidade para avançar com uma candidatura a fundos comunitários.
Segundo explicou, a Câmara “foi aconselhada” a avançar, entretanto, com o Centro de Negócios, para que o equipamento venha a ser mais facilmente elegível numa futura candidatura.
“É um equipamento absolutamente fundamental para o concelho, designadamente para apoiar o empreendedorismo”, referiu, adiantando que o centro deverá abrir em janeiro.
Garantiu que, no terreno reservado para o Centro de Negócios, “não houve nem nunca haverá circo”.
“Circo é o que o PS está a fazer com esta questão”, criticou.