A oposição bracarense, que votou contra o Plano e Orçamento para o ano de 2016, criticou o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, de eleitoralismo por estar a lançar obras a meio do atual mandato.
Em causa está o valor de 98,9 milhões de euros relativo ao orçamento municipal para o ano de 2016, aprovado esta segunda-feira pelo executivo. Este valor, que nos dois últimos anos sofreu uma diminuição, voltará a crescer no ano de 2016, mais 8,2 milhões de euros para serem geridos, devido a um plano de investimento centrado na reabilitação de grandes edifícios no centro da cidade.
De acordo com o jornal Público, esta opção “motivou críticas da oposição, pelo facto de os projetos serem financiados por fundos comunitários ainda por aprovar”.
“A oposição acusa o autarca eleito pela coligação PSD-CDS-PPM de eleitoralismo por estar a lançar obras a meio do actual mandato. “Há aqui uma agenda a pensar em 2017”, acusa o líder do PS, Hugo Pires.
“É o regresso à política de enganar meninos”, acrescenta o vereador da CDU, Carlos Almeida, para quem Rio faz “muitos anúncios e promessas”, mas apenas propõe “uma ilusão””, refere o Público.
A reabilitação do Parque de Exposições ou da antiga fábrica Confiança foram dois exemplos apontados pela oposição.
“Não só não há candidaturas lançadas para estas intervenções, como não existem garantias de disponibilidade de financiamento”, afirmaram os vereadores do PS e CDU ao jornal Público.
Ricardo Rio referiu que o Orçamento apenas contém obras para as quais existe “uma elevada probabilidade de serem aprovadas as candidaturas” ou obras para a qual já existe uma contratualização de financiamento, através da Comunidade Intermunicipal do Cávado, como por exemplo as escolas EB1 de Merelim S. Pedro, Gualtar e S. Lázaro.
O presidente da Câmara afirmou que não vai deixar de ser ambicioso, mas que tem os pés no chão, criticando os constrangimentos financeiros com a qual se debate “por via de compromissos assumidos em mandatos anteriores”.
Na reunião de segunda-feira, Ricardo Rio sublinhou a extinção da SGEB, que irá permitir a poupança de 3 milhões anuais e o congelamento das tarifas da AGERE, que irá resultar numa diminuição de custos para os clientes a partir de 2017.