O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde, Bento Morais, foi acusado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte de ter tentado expulsar um grupo de dirigentes sindicais que se manifestavam à porta daquela instituição de saúde do foro semi-privado.
De acordo com uma nota divulgada pela CGTP, os seis dirigentes sindicais encontravam-se à porta da urgência hospitalar a distribuir um comunicado aos utentes quando o provedor ter-se-à “acercado” dos mesmos, ameaçando expulsá-los à força com recurso à GNR.
Porém, diz o sindicato, “a ação decorreu até ao seu termo e a GNR passou pelo local, mas nem parou”.
A CGTP diz que “já não é a primeira vez que o provedor desta misericórdia tenta pôr em causa a liberdade sindical ou a liberdade de manifestação, pois na ultima greve também tentou expulsar da porta do hospital dezenas de trabalhadores que protestavam contra os baixos salários e a violação dos direitos”.
O sindicato considera que Bento Morais “pensa que estamos ainda antes do 25 de Abril, tempos em que os patrões chamavam as autoridades para expulsar os manifestantes e os sindicalistas, mas não conseguiu, nem conseguirá, intimidar os dirigentes sindicais de classe que lá se encontravam”.
Em relação ao comunicado que estava a ser distribuído pelos sindicalistas, é referido que “a Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde não respeita os direitos e discrimina os trabalhadores nos salários e nos direitos”.
“Há trabalhadores com a mesma categoria profissional e a mesma antiguidade na empresa que recebem menos 100€ mensais, como é o caso das auxiliares de ação médica, pois umas recebem 820€ e outras recebem 927€”, acusa a CGTP, falando ainda em discrepância no subsídio de refeição, “pois uns recebem 4,27€ diários e outros apenas 4,70€”.
O MINHO contactou ontem o departamento de comunicação da SCMVV e as nossas questões foram reencaminhadas para a administração, mas ainda não obtivemos resposta.
Diz o sindicato que foi proposto “o nivelamento pelo salário e subsídio de refeição mais altos, mas a Misericórdia recusou”.
“Há um grande descontentamento no seio dos trabalhadores, já foi realizada uma greve, tendo o senhor provedor tentado expulsar os trabalhadores que se manifestavam à porta”, lê-se no comunicado distribuído.