Promotor acredita que aeroporto em Santarém estará pronto em 2029 e promete à TAP “espaço sem limites”

Projeto Magellan 500
O MINHO

O promotor do projeto Magellan 500, Carlos Brazão, acredita que a companhia aérea será uma “TAP sem limites” no aeroporto que propõe construir em Santarém, que pode arrancar em 2029.

“A TAP será muito bem-vinda a ter o seu ‘hub’ no Magellan 500. (…) A TAP está a passar por um processo de privatização, isso é público, e, possivelmente, será inserida nalgum grupo, mas mesmo que isso não aconteça, a TAP será muito bem-vinda no Magellan 500”, afirma Carlos Brazão, em entrevista à Agência Lusa.

Até porque, considera, a TAP tem um bom plano estratégico enquanto ‘hub’ (plataforma giratória de voos), o que aliado à localização geográfica do país e à possibilidade de Santarém ser um aeroporto com hipóteses de crescimento ainda lhe daria mais força.

“A TAP tem um bom modelo enquanto ‘hub’, entre Europa, América do Sul – e já estava a fazer também bastante América do Norte –, com a grande vantagem que no Magellan 500, se o modelo de negócio for bom, pode não parar nos 108 aviões. Pode ir por aí acima, para os 120, 130, 140 aviões, pode ser cada vez maior, capitalizando sobre as vantagens que a localização de Portugal tem. Será uma TAP sem limites”, frisou o promotor do Magellan 500.

O Magellan 500 deve o seu nome ao navegador português Fernão de Magalhães, que se notabilizou por ter liderado a primeira viagem de circum-navegação ao globo, há pouco mais de 500 anos.

Na semana passada, em Nova Iorque, a Lusa tentou questionar a presidente executiva (CEO) da TAP se tinha alguma indicação de que o processo de privatização vai ter em conta o garante do ‘hub’ em Lisboa – depois de o jornal Expresso ter avançando recentemente que o Estado estava impedido de o impor na privatização – e de este ser o modelo de negócio da companhia em Lisboa. A CEO, Christine Ourmières-Widener, respondeu apenas à Lusa estar confiante de que a privatização “garantirá todos os interesses do país”, remetendo para o Governo outras questões.

“A localização geográfica de Portugal é uma posição única, é uma posição de charneira entre a Europa, África e aquilo que chamo as três américas. Há um relatório da TAP, do fim de 2019, que dizia que a localização de Portugal é em média 30 minutos de voo mais próxima que o ‘mix’ de aeroportos concorrentes: 90 minutos para a América do Norte, 90 minutos para a América do Sul e aí algures no meio, uma hora para a América Central. Portanto, temos condições fantásticas para ser ‘hub’ de companhias aéreas, sobretudo na parte do tráfego transatlântico. Condições únicas”, reforça Carlos Brazão.

Já questionado para quando a previsão do Magellan 500 para a abertura do aeroporto, Carlos Brazão afirmou: “Arregaçamos as mangas, começamos a trabalhar o mais rápido possível, a nossa estimativa é em 2029”.

Confrontado se os prazos não estão a apertar, já que a Comissão Técnica Independente, liderada por Rosário Partidário, que estuda a localização para o novo aeroporto, tem até ao final do ano para apresentar uma decisão, o promotor do aeroporto para Santarém mostra-se confiante.

“Nós estimamos para a construção do nosso (aeroporto) dois a três anos. Construção, só. Só para ter uma ideia, por exemplo, de ‘benchmarks’ na Europa: Atenas demorou quatro anos, mas é duas pistas; Oslo demorou quatro anos e dois meses, mas também é duas pistas; e, se quiser um caso extremo, Istambul, que começou com quatro pistas e foi feito em três anos e meio. O projeto inicial em dois ou três anos é perfeitamente fazível”, concluiu Carlos Brazão.

 
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