O Núcleo Ferroviário de Arco de Baúlhe, em Cabeceiras de Basto, quer recuperar cerca de 400 metros de linha férrea da antiga Linha do Tâmega para colocar em circulação automotoras para fins de recriação histórica.
De acordo com o jornal Terras de Basto, o objetivo é colocar o material circulante nos carris ainda existente junto à estação ferroviária, num pequeno troço das linhas 1 e 8.
Isto surge para preservar e exibir o material circulante original, criar um espaço educativo e cultural para visitantes e escolas e dinamizar o turismo local, para assim atrair visitantes ao museu e impulsionar o comércio e serviços na vila de Arcos de Baúlhe.
Para que seja possível a circulação, com velocidade inferior a 30 km/h, terão de ser substituídas as travessas de madeira, respetiva fixação e balastro.
A mesma fonte aponta que também terá de ser feito o corrimento do carril e a regularização das folgas nas juntas, a limpeza e substituição de travessas nos aparelhos de mudança de via, assim como algumas “reparações no sistema de aferrolhamento e eclissagem”.
O Núcleo Ferroviário de Arco de Baúlhe prevê ainda a remoção de uma plataforma metálica instalada sobre a linha I, que serve de passagem pedonal, e o transporte, adaptação e montagem de um pára-choques e de um calço descarrilador, no topo da linha 1.
Atualmente, a Estação Ferroviária de Arco de Baúlhe tem estacionadas várias viaturas históricas, como a locomotiva MD 407 (1908) ou a automotora ME 5 (1948), única automotora a gasolina nacional em exposição.
Conta ainda com carruagens‑salão (salão de direção “SEfv 4001”, de 1905, em que viajou o rei D. Carlos; e o salão de direção “SEyf 201”, de 1906, construído por Carl Weyer, Dusseldorf, utilizado pelos reis em 1907), cisternas e furgões de diversas épocas e países, conforme descreve o jornal Terras de Basto, que consultou a memória descritiva do projeto.
A estação de Arco de Baúlhe era a última da Linha do Tâmega, sendo que o troço entre Amarante e aquela estação foi encerrado em 1990. Entretanto, a linha foi desmantelada e deu lugar a uma ecopista. As estações foram transformadas em alojamentos turísticos.