Projeto para Parque das Sete Fontes, em Braga, apresentado dia 8 – Prevê zona verde em 20 hectares

Apresentação seguida de discussão pública
Foto: Divulgação / CM Braga

A Câmara de Braga procede, dia 08 (sábado), à apresentação, seguida de discussão pública, do Projeto do Parque das Sete Fontes e do Plano de Urbanização para a zona.

Para além da dimensão de proteção e salvaguarda deste Monumento Nacional, procura-se – diz o Município – “promover um desenho que facilite a apropriação dos sistemas naturais (regeneração de habitats, promoção e instalação de novos habitats, os caminhos da água, a vegetação existente, etc…) sem deixar de considerar a dimensão social e recreativa do espaço que se pretende recriar”.

Em 1995, a ASPA- Associação de Defesa do Património, propôs a classificação do Sistema Hidráulico setecentista, conhecido como Complexo das Sete Fontes.

16 anos depois, em Maio de 2011, o Estado português reconheceu a importância patrimonial do Sistema de Abastecimento de Água à cidade de Braga, no séc. XVIII, quando o classificou como Monumento Nacional.

Zona verde extensa

Uma extensa zona verde, com a floresta a “entrar pela urbe”, ancorada no património – nacional – das estruturas do sistema oitocentista de abastecimento de água à cidade, no enquadramento paisagístico e no aproveitamento hídrico. São estas as mais valias para Braga do futuro parque ecomonumental das Sete Fontes, cujo estudo preliminar foi apresentado, em março de 2019, pelo vereador do Urbanismo na Câmara, Miguel Bandeira, e pela equipa de projetistas: Paulo Ramísio, Luis Fontes, Jorge Carvalho, Frederico Moura e Sá, Teresa Andresen, António Moreira e Luís Guedes de Carvalho.

Sem avançar uma data de conclusão, que será “o mais breve possível”, o autarca frisou que será feito faseadamente.

“O Ecoparque implica a reabilitação da envolvente urbana, para proteção do monumento, a relação pedonal com a cidade e equipamentos próximos, como o Hospital e a Universidade do Minho”, afirmou.

A futura zona verde, a edificar em 20 hectares adjacentes às Sete Fontes – um sistema de condutas de água em pedra, com sete pequenas casas, as mães de água – vai ter portas de acesso, um centro de interpretação, e um sistema de atravessamento longitudinal paralelo às antigas canalizações, de forma a evitar o excesso de pisoteio na zona arqueológica. Terá, ainda, caminhos de atravessamento.

O arquiteto Jorge Carvalho, dos Estudos Urbanísticos, salientou que “se estabelecem os limites entre a área verde e a edificável, se delimita a estrutura viária da área edificável e a localização dos polos vivenciais (alargamento de espaço público, equipamentos, funções terciárias e de restauração)”.

Áreas de mata

Já Teresa Andresen, que fez os Estudos Paisagísticos, realçou, na ocasião, “o aproveitamento das áreas de mata, com ações de melhoramento. Permitindo o desporto informal, merendas, e eventos recreativos”.

Paulo Ramísio, da UMinho revelou que se confirma a existência de vestígios da época romana, suevo-visigótica, medieval, moderna e contemporânea, constituindo um testemunho raro”.

Por seu turno, os estudos hidrogeológicos, a cargo do arqueólogo Luís Fontes, estabeleceram a sequência da captação de água das Sete Fontes, confirmando-se a sua origem em época romana, o seu reforço na medieval e a sua consolidação no século XVIII.

 
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