Na semana passada foi assinado em Bruxelas “um protocolo entre Portugal e Espanha, no âmbito de veículos autónomos, e vamos fazer o primeiro teste transfronteiriço entre dois corredores: Porto e Vigo, e Évora e Mérida”, disse Guilherme d’Oliveira Martins à margem da conferência internacional sobre Segurança Rodoviária, organizada pela Infraestrutura de Portugal.
O projeto, denominado C-Roads, é “pioneiro na Europa” e “vamos concretizá-lo, penso, no início de 2019”, disse o governante à Lusa, sublinhando que Portugal e Espanha são os primeiros países a avançarem.
Com um horizonte de execução de quatro anos, o projeto tem um investimento total de 8,3 milhões de euros e conta com uma comparticipação de 50% do programa europeu C-Roads.
Guilherme d’Oliveira Martins adiantou que o projeto envolve várias dezenas de parceiros e visa “tornar as estradas portuguesas mais seguras para os cidadãos, tornar a mobilidade mais eficiente e reduzir as emissões de transportes rodoviários sem deixar de atender à interoperabilidade entre os vários países”.
O desafio que se coloca, adiantou, é adaptar as infraestruturas a este novo tipo de comunicação e veículos, adiantou.
A diretora do departamento de segurança rodoferroviária da Infraestrutura de Portugal (IP), Ana Tomaz, adiantou à Lusa que os veículos conectados, autónomos e elétricos resolvem os “três grandes problemas” que ainda persistem na mobilidade e no sistema rodoviário: a poluição, a congestão e a segurança.
“Mas para conseguirmos captar o máximo desses benefícios, a infraestrutura tem de ser adaptada para estes veículos circularem”, disse a responsável à Lusa.
Segundo Ana Tomaz, há um conjunto de testes-piloto que vão abranger praticamente 1.000 quilómetros de estradas portuguesas.
Vão ainda ser colocados mais de 200 equipamentos nas estradas e “mais de 150 veículos com ‘on board unit’ para pilotar essa comunicação e garantir que esses veículos podem circular no futuro e que se consegue captar esses benefícios”, frisou.
Na conferência, que decorre em Almada, Guilherme d´Oliveira Martins lembrou que, em 20 anos, Portugal reduziu em mais de 90% a sinistralidade grave, estando agora em quase linha com a média da União Europeia.
“Estes resultados só foram possíveis com o investimento público feito nas últimas décadas nas infraestruturas, que contribuíram para salvar a vida de mais de 18 mil pessoas e poupar 50 mil milhões de euros em custos económicos e sociais”, disse o governante.