Uma situação que está a comover os utilizadores da rede social Twitter. Pedro Gama, funcionário público em Braga, morreu em 2019, aos 43 anos, vítima de cancro colorretal. Antes de morrer, colocou um ‘bot’ a publicar automaticamente, todos os dias, um emoji naquela rede social. E desde a sua morte, a mãe tem respondido a esse emoji, utilizando o comentário como uma espécie de diário, onde conta o dia-a-dia e revela as saudades que vai sentindo.
Na passada semana, a mãe, Assunção Fernandes, professora reformada, viu uma das suas respostas ‘viralizar’, e passou a receber centenas de reações e comentários.
“Meu filho, meu amor. Não consigo ir dormir sem te dizer que o teu irmão já chegou. Estão bem. Queria tanto saber se tu estavas bem. Amo-vos tanto meus filhos”, é uma das respostas que a mãe publica nos comentários das publicações automáticas da conta do filho, entre outras tantas.
Meu Filho Meu Amor. Amanhã vamos ao Porto
Temos consultas até às 19 horas. Toda a tarde em médicos
Temos de ir de autocarro. O teu Irmão tem de trabalhar e o Pai já não conduz, no Porto
Era trabalho teu, mas infelizmente levaram-te sem nos dizer porquê!
Amo-vos tanto meus Filhos— Assunção Fernandes (@saogama) February 8, 2022
Esta é uma forma de “desabafar” e “atenuar a dor” que sente pela perda do filho, explicou, no Twitter, na sexta-feira. É uma forma de sentir o Pedro mais perto.
“Ontem alguém encontrou uma das minhas conversas , comoveu-se, retuitou e a onda solidária tem sido tão grande que ainda não acabou. Não consigo responder a toda a gente e alguns tuítes que vi mas não respondi ontem , já não os consigo encontrar”, escreveu ainda, dando conta de um súbito interesse geral dos utilizadores daquela rede.
Obrigada, do fundo do coração, a todos aqueles que descobriram que perdi um Filho, há quase três anos e ainda, hoje continuo a escrever-lhe, na conta dele aqui no Twitter e me estão a dar tanto carinho nas mais variadas formas de manifestações
Que todos sejam felizes e saudáveis— Assunção Fernandes (@saogama) February 10, 2022
Agora, a antiga professora já não tem grande tempo (nem disponibilidade mental) para responder a tantos comentários. De repente, o Twitter passou também a ser um lugar onde encontrou compreensão. E várias vozes amigas.
Notícia atualizada às 22h29 (17/02) com correção da residência da professora.