Professor de Ponte de Lima que vive numa carrinha confrontou Pedro Nuno Santos e foi afastado à força

Foto: TVI

O professor Rui Garcia, de Ponte de Lima, confrontou, na manhã desta sexta-feira, o candidato socialista Pedro Nuno Santos, durante uma arruada em Lisboa.

O docente, que vive numa carrinha em Elvas, onde dá aulas, pediu “um minuto” para falar com Pedro Nuno Santos.

Apesar das tentativas em chegar à fala, foi afastado pela comitiva que seguia o candidato do PS. Pedro Nuno pediu “calma”, mas o professor acabou mesmo por ser amarrado e retirado do local.

“Podem ter a certeza que comigo conseguiremos chegar a acordo e superar os problemas”, respondeu o professor perante os apoiantes e jornalistas que o acompanhavam na arruada, na zona de Moscavide, em Lisboa.

Colocado a 430 quilómetros de casa

Como O MINHO noticiou, Rui Garcia é professor de Educação Física, natural de Ponte de Lima, mas foi colocado em Elvas, no Alentejo, a cerca de 430 quilómetros de casa.

O docente contou a uma reportagem da SIC que tem estado a viver no carro e toma banho no pavilhão da escola devido à dificuldade de encontrar habitação a preço acessível

“Desde o dia 11 de setembro, [em que] cheguei a Elvas para preparar o ano letivo, tenho estado a viver na minha viatura. Lançando um pouco de algumas artimanhas, normalmente pernoito nas zonas comerciais dos hipermercados, [que] parecem ser as zonas mais adequadas”, contou o docente àquele canal de televisão.

Além disso, e enquanto não encontra um quarto com um preço em conta, recorre à escola para as necessidades básicas. Dizia que a situação é menos grave por ser professor de Educação Física.

“Tomo banho no pavilhão todos os dias e a alimentação faço na cantina. Ao fim de semana é que é mais complicado. Uma vez que a escola está fechada é-me mais difícil passar o fim de semana, principalmente quando chove”, relatou Rui Garcia.

Na mesma reportagem, a SIC falava com um professor de Matemática, de Famalicão, que para encontrar estabilidade acabou por fixar-se em Odemira, no distrito de Beja, onde construiu casa.

“É um privilégio estar com a minha mulher e os meus filhos, mas por outro lado tenho os meus pais a mais de 450 quilómetros de distância e esse apoio eu não lhes posso prestar”, afirmou Bruno Silva, que só volta a Famalicão na Páscoa, Natal e férias de verão.

 
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