Caminha vai ter o “maior pavilhão multiusos” do Alto Minho

Caminha

A construção do “maior pavilhão multiusos” do distrito de Viana do Castelo, num investimento privado de oito milhões de euros, vai avançar “de imediato” e deverá estar concluído dentro de dois anos, foi hoje divulgado.

Em causa está a construção, por um promotor privado, de um Centro de Exposições Transfronteiriço (CET) e de um parque público com três hectares, que terá um lago, balneários e equipamentos desportivos, e que ficará instalado na atual Quinta do Corgo, na freguesia de Vilarelho, em Caminha.

O novo espaço, com conclusão prevista para dentro de dois anos, terá capacidade para acolher 2.600 espetadores sentados, ou 5.500 em pé.

“O CET e o parque público materializam um investimento de oito milhões de euros, que será concretizado no imediato. Construída a infraestrutura, o município de Caminha irá arrendá-la por 25 mil euros mensais, durante 25 anos. O município poderá optar por concessionar ou subarrendar ou explorar diretamente o complexo, em todo ou em parte”, explica a autarquia em comunicado hoje enviado à imprensa.

O “contrato-promessa de arrendamento viabiliza o investimento, mas só se tornará definitivo depois da construção da obra”, sendo que “a manutenção do complexo fica a cargo do investidor privado, mas o município de Caminha reserva para si a opção de compra da infraestrutura”.

Segundo informou hoje a Câmara presidida pelo socialista Miguel Alves, aquele contrato-promessa de arrendamento foi aprovado, na noite de sexta-feira, em reunião da Assembleia Municipal, por “larga maioria”.

“A minuta do contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais do futuro CET foi aprovada por 22 membros da assembleia e registou ainda cinco votos contra e oito abstenções”, especifica a nota.

Na nota, o município acrescenta que durante a discussão daquela proposta, na noite de sexta-feira, intervieram, entre outros, um representante do investidor “que explicou toda a filosofia do grupo e revelou a razões pelas quais Caminha foi escolhida para um investimento desta envergadura”.

O administrador da Greenfield “fez ainda uma apresentação do projeto e mostrou as linhas essenciais do estudo realizado sobre a área de influência onde este investimento terá impacto, que inclui territórios da Galiza”.

“Intervieram também os dois jurisconsultos que analisaram e avalizaram, do ponto de vista técnico e legal, o modelo de negócios do CET”, sustenta a nota.

Para a Câmara de Caminha, “impunha-se ir mais longe e tornar o concelho atrativo durante todo o ano, combatendo a sazonalidade”, sendo que “o CET vai permitir dar esse passo, criando condições para o acolhimento de grandes eventos nacionais e internacionais, durante os 365 dias”.

“O investimento foi ponderado e negociado demoradamente e todas as entidades e pessoas que trabalharam neste ‘dossiê’ têm um curriculum reconhecido e público”, sustenta.

Na segunda-feira, os três vereadores do PSD na Câmara de maioria socialista, rejeitaram aquele contrato por “não defender os interesses de Caminha e visar a fuga ao visto do Tribunal de Contas”.

“Este contrato promessa de arrendamento está a ser feito para beneficiar um privado em concreto (…). Não nos parece de todo razoável tanta pressa, em cima do joelho e sem qualquer estudo de viabilidade económica, para fazer um contrato promessa de arrendamento que irá hipotecar por longos anos o concelho de Caminha”, defendem na nota.

 
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