O homicida “arrependido” de ter assassinado a tiro um antigo amigo, em Arco de Baúlhe, Cabeceiras de Basto, ficou ao final da tarde de hoje em prisão preventiva, a aguardar pelo seu julgamento.
Segundo decidiu o juiz de instrução criminal, Brazilino Costa Carvalho, a mais gravosa das medidas de coação, a mesma que tinha sido solicitada pelo Ministério Público, face ao perigo de fuga e perigo de perturbação da ordem e tranquilidade públicas, é a única que satisfaz as exigências sociais.
De acordo com o mesmo magistrado judicial, havia ainda a possibilidade de retaliação, pelo que o arguido estaria em risco se ficasse em liberdade provisória a aguardar que concluísse o processo de investigação a cargo da Brigada de Homicídios da PJ de Braga.
O homicídio foi consumado na madrugada de domingo, na rua do Arco, no final da “Rua Branca”, e após um desentendimento entre os dois homens, que eram da mesma freguesia e vila de Arco de Baúlhe.
O alerta para o crime alerta foi dado às 06:43 horas, depois de um desentendimento entre ambos em que “o suspeito abandonou o local e foi buscar a arma”, segundo explicou fonte da GNR, revelando que o homicida confesso, Ricardo Dias, de 40 anos, voltou ao local e disparou sobre a vítima, Augusto Durães, de 34 anos, que acabou por morrer no local.
Segundo a fonte da GNR, após o crime, o suspeito abandonou o local numa viatura, que foi localizada durante a manhã de domingo, só que o suspeito continuou sempre a monte.
Ainda de acordo com a mesma fonte, as autoridades detetaram o homem, que estava escondido, e convenceram-no a entregar-se, o que aconteceu já durante a tarde de domingo, mas só depois da intervenção do seu advogado, Pedro Miguel Carvalho, que foi de Guimarães, onde tem escritório, para convencer o cliente a entregar-se à GNR de Cabeceiras de Basto.
Pedro Miguel Carvalho disse a O MINHO que o seu cliente “confessou o crime à Polícia Judiciária, declarando-se arrependido” e descrevendo as circunstâncias em que o mesmo ocorreu,”, afirmando “que não era sua intenção matar” e “lamentando o trágico desfecho” e “a perda de uma vida humana”.
“Há muitas versões sobre os factos, mas maioritariamente são falsas”, disse Pedro Miguel Carvalho, salientando que no interrogatório havido no Palácio da Justiça de Guimarães “já não fazia sentido estar a repetir tudo, pelo que a defesa entendeu que, em termos processuais, agora só seria de prestar declarações em julgamento, esperando que nessa altura a verdade sobre todas as circunstâncias que antecederam o crime e em que este teve lugar sejam reveladas”, pelo que “agora o Tribunal “pode e deve valorar as declarações prestadas perante a PJ, sendo manifesto que arguido está a prestar toda a colaboração necessária para a descoberta da verdade, isto é, assim o fez e fará em sede julgamento”, acrescentou o advogado Pedro Miguel Carvalho à saída do Tribunal de Guimarães.