Foi há um ano, no dia 02 de março de 2020, que se confirmaram os primeiros dois casos de infeção com o novo coronavírus em Portugal. Desde então, ficaram infetadas 804.956 pessoas e morreram 16.351.
O país mudou, como todo o mundo. Para aplicar medidas mais restritivas das liberdades, com vista a conter a propagação do vírus, foram decretados vários estados de emergência.
Hoje, no dia em que faz um ano que se confirmaram os primeiros casos, Portugal entra no 12.º período de estado de emergência, que implica o dever de recolhimento obrigatório.
Depois dos profissionais na linha da frente, Portugal está a na segunda fase da vacinação, que engloba os maiores de 80 anos ou de 50 com doenças associadas.
Marcelo pede melhor planeamento
A assinalar um ano de covid-19 em Portugal o Presidente da República considerou hoje que o SNS e os setores social e privado se organizaram de “forma meritória” na resposta à covid-19, evidenciando a sua complementaridade, e espera melhorias na capacidade de planeamento.
Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu estas posições através de uma nota hoje publicada no portal da Presidência da República na Internet, em que assinala a passagem de “um ano sobre o primeiro caso de covid-19 em Portugal”.
“A importância primordial do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dos seus dedicados profissionais, a complementaridade dos setores social e privado, ficaram claras para o cidadão e para a sociedade, a forma meritória como se organizaram na resposta à pandemia deixou evidente que este é um dos bens maiores de que o país dispõe”, lê-se na mensagem.
Segundo o chefe de Estado, ao longo destes doze meses, “de modo global, o país foi-se ajustando à pandemia, umas vezes mais proativamente outras, infelizmente, mais reativamente”.
“É desejável que, mais do que aprender com o que correu bem, tenhamos, todos nós, a capacidade de retirar lições com o que correu menos bem. Melhorarmos a capacidade de planear e antecipar cenários e respostas, reagirmos de modo mais célere e mais adaptado às circunstâncias, são exemplos de áreas que devem ser alvo da atenção atual e futura de todos nós”, defende.
Marcelo Rebelo de Sousa deixa “uma particular palavra de apreço ao trabalho e empenho desenvolvido pelos profissionais de saúde” e saúda os portugueses em geral pelo modo como “se organizaram e comprometeram na resposta a esta pandemia”.
Relativamente ao futuro, adverte que persistem “muitas incertezas sobre qual vai ser a evolução desta pandemia” e que o combate à propagação do novo coronavírus “pode ainda ver-se confrontado com outros desafios, como o aparecimento de novas estirpes”.
Por outro lado, alerta para os efeitos do “cansaço na adoção das várias medidas, que continuam a ser essenciais, nomeadamente no uso de máscaras e no distanciamento social”.
O chefe de Estado assinala que a “vacinação em massa”, necessária para se pôr fim à pandemia, está neste momento “dificultada pela escassez da entrega de vacinas pelos produtores”.
“Esta é também a oportunidade para reafirmar o nosso compromisso no combate à pandemia, mantendo-nos igualmente fiéis na necessidade de se retomarem outras atividades na área da saúde, da educação e da economia em geral”, acrescenta.
O vírus que provoca a covid-19 foi detetado em dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade no centro da China.
Em 11 de março de 2020, quando o novo coronavírus já estava presente em pelo menos 120 países e territórios, 28 dos quais com mortes por covid-19, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a existência de uma pandemia.
No dia 16 desse mês, morreu o primeiro doente com covid-19 em Portugal, onde até hoje se registaram mais de 16 mil óbitos de pessoas com esta doença e foram contabilizados mais de 804 mil casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).