Primeiro museu de Viana do Castelo duplica visitas após reabilitação

O primeiro museu de Viana do Castelo recebeu, desde a reabertura, em março, após obras de reabilitação, e até agosto, quase o dobro de visitantes registados em todo o ano 2014, revelou esta sexta-feira a Câmara local.

Em comunicado, a autarquia precisa que naqueles cinco meses o Museu de Artes Decorativas (MAD) foi visitado por 11.500 pessoas, sendo que em todo o ano de 2014 recebeu 6.340 visitantes.

O “aumento exponencial” de visitantes é justificado pela autarquia com o investimento de 320 mil euros, cofinanciado em 85% pelo Programa Operacional Regional do Norte (ON2), para melhorar as condições no imóvel, e “que resultou numa nova abordagem do museu, que apresenta agora uma nova exposição permanente”.

Cerca de 300 peças de faiança, algumas em exposição pela primeira vez, entre elas, “um vaso do século XVI, a que se atribui uma utilização de caráter religioso por parte dos jesuítas”, integram a nova exposição permanente.

O espólio, de vários séculos, foi produzido nas fábricas de Coimbra, Lisboa, Vila Nova de Gaia e de Viana do Castelo.

A exposição integra ainda mais de seis dezenas de antigos potes de farmácia dos séculos XVIII e XIX, de várias fábricas do país.

A intervenção de recuperação do museu mais antigo de Viana do Castelo, no espaço atual desde 1923, visou a recuperação estrutural do edifício e a reorganização dos espaços do Museu de Artes Decorativas, assim designado desde 2012.

O museu foi formalmente criado em 1888, mas só em 1923 é que passou a funcionar no espaço atual, no largo de São Domingos, com a aquisição do Palacete dos Barbosa Maciel pela autarquia de então.

O espaço reconstitui parte do ambiente do palacete do século 18, com sala de visitas, sala de estar, quarto, capela e sala de jantar, apresentando nos restantes espaços coleções que vão desde o mobiliário indo-português ao mobiliário português, dos séculos XVIII e XIX.

Integra ainda “valiosas” coleções de faianças, como de louça de Viana dos séculos XVIII e XIX, proveniente da fábrica de Darque, em Viana do Castelo, e outras provenientes das olarias de Lisboa e Coimbra ou ainda louça do período pós-pombalino, produzidas nas fábricas do Porto e Vila Nova de Gaia.

Expõe também uma coleção de pintura e desenhos com obras representativas das escolas portuguesas e espanholas dos séculos XVI ao século XIX, de temática religiosa, nomeadamente com trabalhos de Domingos Sequeira, Vieira Lusitano, Vieira Portuense, Carolino Ramos, Pedro Alexandrino, Soares dos Reis, João Glama Strebel, Airylo Wolkmar Machado, Augusto Roquemont, António Alves, Gorge Loukomsky, entre outros.

Em 2002, o então designado Museu Municipal de Viana do Castelo foi certificado pelo Instituto Português de Museus e passou a integrar a Rede Portuguesa de Museus.

 
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