Primeira rede europeia de desporto inclusivo quer abranger 1.300 praticantes em Famalicão

A Plataforma de Ação Socioeducativa e Cultural, com sede em Famalicão, lançou esta sexta-feira o “PASEC Geo” que envolve cinco países e estabelece como meta até ao final de 2016 ter mais de 1.300 praticantes de desporto de base inclusiva.

A ideia parte do conceito de “Desporto para Todos” e do princípio integrador “Ninguém a Menos” e desenvolve-se em três dimensões que à partida não seriam acessíveis a pessoas em maior risco de exclusão: o desporto aventura, o desporto adaptado e os desportos comunitários ou de bairro.

“A ideia passa por ir buscar uma resposta fora da caixa para incluir a comunidade com um todo”, explicou o secretário-geral da organização, Abraão Costa, acrescentando que este é o primeiro projeto português apoiado pelo Programa Erasmus + Desporto da União Europeia, daí que esta seja a primeira rede europeia de soluções inovadoras de desporto inclusivo.

São consideradas pessoas em maior risco de exclusão pessoas com deficiência, desempregados, “jovens NEET” (sem emprego e que não estão em formação nem na escola), situações de pobreza extrema, bem como minorias ou etnias.

A nível nacional a plataforma estima que terá como participantes diretos 250 pessoas, enquanto a nível internacional a meta se estabelece em pelo menos 1.300.

O projeto tem em Portugal e Itália o grande foco em termos de números, seguindo-se a Espanha e a Lituânia e uma experiência-piloto na Turquia.

“As comunidades com que a plataforma trabalha são normalmente vítimas de situações de pobreza e de fenómenos de exclusão não só de âmbito escolar mas também de âmbito comunitário”, contou Abraão Costa, que através do desporto quer alcançar outros objetivos.

“Um grupo NEET por exemplo, ao mesmo tempo em que está a praticar desporto é proporcionado todo um processo de reaproximação à escola”, descreveu, vincando que em causa está sempre desporto de base comunitária, ou seja integrado, porque desporto puro e duro pode ser praticado simplesmente em casa. “Nada pode ser desgarrado do que existe no terreno”, completou.

Estão a ser feitas parcerias com os municípios e com as associações de referência locais e o projeto desenhado para três anos tem duas dimensões.

A local com a criação dos chamados “clubes de desporto comunitários” que acolherão os grupos e cada um terá um animador, uma espécie de “gestor de caso”.

A dimensão online consiste na criação de uma base de dados que vai reunir as respostas que existem e aquelas que vão surgir no âmbito do projeto e qualquer pessoa, independentemente de estar associada, pode procurar a solução de desporto comunitário que lhe interessar, dai que não se consiga quantificar o número de participantes indiretos.

Também está na forja a criação de um guia pedagógico que reunirá as melhores experiências para que o projeto possa ser replicado em outros países ou localidades.

“Qualquer pessoa independentemente da condição social, do peso, das condições físicas, etc., pode praticar um desporto e usar o desporto como fator de inclusão social, fator de emancipação, de capacitação”, resumiu o secretário-geral.

A bolsa de animadores da Plataforma de Ação Socioeducativa e Cultural é superior a 80 – em Portugal estão 27 no terreno – e inclui educadores, técnicos e professores de educação física, entre outros.

Os organizadores também se propõem a realizar eventos de grande escala que possam divulgar o desporto adaptado, nomeadamente o boccia, e os desportos de natureza, nomeadamente pedestrianismo, arvorismo e geocaching.

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