A primeira marina de Viana do Castelo, situada a montante da ponte Eiffel, vai ser requalificada, num investimento de cerca de 200 mil euros, para “tornar mais apelativa” uma futura concessão do porto de recreio da cidade.
O administrador do Porto de Mar de Viana do Castelo, Vasco Cameira, adiantou que a intervenção, a primeira desde 1976, quando a marina foi construída, vai começar em novembro, com desmontagem de todos os equipamentos flutuantes para possibilitar, até final do ano, uma ação de dragagem que visa extrair cerca de 24 mil metros cúbicos de inertes.
“O objetivo da dragagem é restituir os fundos da marina de montante aos cálculos à quota de projeto inicial”, explicou Vasco Cameira, adiantando estar ainda a ser avaliada a tipologia de equipamento a utilizar naquela operação.
A empreitada foi adjudicada este mês pela Administração dos Portos do Douro e de Leixões (APDL), que resultou da fusão das empresas do Porto do Douro e Leixões com a de Viana do Castelo, à empresa dinamarquesa Rohde Nielsen.
O administrador da autoridade portuária local adiantou que a requalificação global naquela marina, situada em frente à Pousada da Juventude da cidade, e com capacidade para 120 embarcações deverá estar concluída no segundo semestre de 2016, prevendo também a instalação de portas com controlo de acesso, videovigilância e redes de água e energia elétrica.
Durante “a execução das intervenções serão criadas condições para o estacionamento provisório das embarcações, na doca de marés e na doca da lota do porto de pesca, bem como no espelho de água a jusante do porto comercial”.
O responsável local da APDL adiantou que esta intervenção pretende “melhorar as condições das marinas para as tornar mais apelativas a uma empresa do ramo interessada na sua concessão”.
“Há uma empresa nacional que tem manifestado interesse na concessão da marina de jusante mas ainda não apresentou proposta ao abrigo da Lei da Água”, disse.
Explicou que “a autoridade portuária está interessadíssima, há muitos anos, em concessionar o porto de recreio” e adiantou que a concessão, em curso, na doca seca engenheiro Duarte Pacheco, vai contribuir para esse objetivo.
O promotor é um antigo quadro dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), proprietário de uma empresa de construção e reparação naval, que vai reabilitar a infraestrutura, as instalações terrestres de apoio, entre outras intervenções.
“O diretor técnico da empresa vai restaurar o espaço e pô-lo a funcionar. É uma mais-valia para a futura concessão das marinas. É muito bom ter um serviço de manutenção para navegação de recreio, dentro da futura marina Atlântica. Vai ser muito convidativo para outras empresas do recreio náutico mostrarem interesse na concessão”, afirmou.
Além desta infraestrutura, o porto de recreio de Viana do Castelo é ainda constituído por outra marina inaugurada em 1992 e intervencionada há dois anos. Está situada a jusante da velha ponte metálica tem 163 postos de acostagem para embarcações até 20 metros de comprimento e três metros de calado.
Está ainda prevista, há vários anos, a construção de uma marina atlântica que sirva navios de cruzeiro.
Com dimensão internacional, com mil a dois mil postos de amarração, aquele projeto prevê a atracação de frotas visitantes de grandes dimensões, áreas de hibernação a seco e flutuantes, serviços e equipamentos de apoio, serviços de manutenção e reparação, serviços administrativos e oficiais e áreas de venda de material náutico.
A sua construção implicará também a construção e requalificação das marinas, a construção de edifícios de apoio e a expansão da margem sul do rio Lima.