Artigo de Opinião
Enfermeiras Milene Costa e Neuza Lemos e médica Paulina Barbosa
ULS Braga
Todos os anos, o mês de outubro é marcado pelo movimento Outubro Rosa, uma campanha internacional que visa aumentar a consciencialização sobre o cancro da mama e a importância da deteção precoce.
O rosa, símbolo da luta contra esta doença, convida a sociedade a refletir sobre a saúde da mulher, enfatizando que o diagnóstico atempado pode salvar vidas.
O cancro de mama é o cancro mais prevalente no sexo feminino, embora também possa afetar homens.
Em Portugal, anualmente são detetados cerca de 9.000 novos casos e mais de 2000 mulheres morrem em consequência desta doença.
É importante informar as utentes e respetivos cuidadores acerca dos procedimentos e atitudes a ter na prevenção do cancro de mama.
Neste âmbito, o conhecimento dos fatores de risco assume particular importância. Entre estes destaca-se o sexo, a idade avançada, antecedentes familiares de cancro da mama, alterações genéticas, como mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, e o estilo de vida.
Muitos destes fatores são modicáveis, podendo ser mitigados com escolhas saudáveis. A obesidade, o consumo excessivo de álcool, a falta de atividade física e uma alimentação desequilibrada aumentam significativamente o risco de desenvolver a doença.
O autoexame mamário e a mamografia são essenciais para o diagnóstico precoce.
O autoexame mamário deve ser realizado mensalmente e implica o autoconhecimento da mama, estando alerta a alterações nas mamas, mamilos e axilas.
A mamografia assume um papel preponderante. Este exame deteta entre 83 a 90% dos cancros e permite o diagnóstico de alterações mínimas e de nódulos que não são percetíveis na palpação (estadios iniciais de cancro da mama).
O rastreio populacional nacional, efetuado por mamografia, atualmente engloba mulheres entre os 50 e os 69 anos, contudo a tendência será antecipar o início para os 40-45 anos. Já as mulheres que tenham risco aumentado de cancro da mama, podem ter indicação de realizar mamografia antes dos 40 anos de acordo com o programa de vigilância personalizado estabelecido pelo seu médico.
Se diagnosticado e tratado precocemente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%.