Declarações dos treinadores após o Vizela-Sporting (2-5), jogo da 18.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Vizela:
Rubén de la Barrera (treinador do Vizela): “Cometemos erros nossos: sofremos dois golos de bola parada e sofremos em duas perdas de bola não forçadas. Erros desses contra equipas ‘grandes’ significam praticamente golos. Estávamos no jogo, a vencer por 1-0, mas erros nossos permitiram ao Sporting ‘virar o resultado’ e ampliar a vantagem.
O primeiro golo [do Sporting] teve um impacto psicológico importante. O segundo também, porque tínhamos acabado de entrar na segunda parte, mas o nosso segundo golo fez-nos reentrar na discussão do resultado. O quarto golo [do Sporting] retira-nos as possibilidades de discutir o jogo.
No jogo anterior [derrota por 4-1 com o Boavista], criámos muitas ocasiões e fomos ineficazes. Hoje sabíamos que não iríamos ter tantas ocasiões. O Samu é um jogador muito importante para nós em termos de energia e de personalidade. Não deixa de ser uma baixa importante. Esperemos que a lesão não afete a sua participação nos próximos jogos.
Temos de recuperar jogadores, aumentar o rendimento de todos eles e de melhorar o nosso desempenho nas bolas paradas. Pretendemos ser uma equipa mais parecida com aquilo que o Sporting mostra, que pressione alto e que faça as transições para trás quando somos batidos. O caminho em frente é claro, e estou muito confiante para a nossa segunda volta”.
– Rúben Amorim (treinador do Sporting): “Temos, em Portugal, equipas corajosas que nos dão espaço e nos tentam pressionar mais alto. O momento dos golos [1-1 e 2-1 para o Sporting] teve importância, mas o que quero sublinhar é que, após o golo do Vizela [1-0], continuámos a jogar da mesma maneira. O Vizela marcou dois golos e foi muito poucas vezes ao nosso último terço. Não é uma boa sensação sofrermos dois golos, mas criámos muitas ocasiões. Somos difíceis de defender. Quando o Vizela tentou ir para cima, para reagir, acabámos com o jogo. Fizemos um jogo muito competente, contra uma equipa bem trabalhada, que queria jogar.
Há jogadores que marcam as equipas [a propósito de Gyökeres]. Já tivemos isso com o Pote [Pedro Gonçalves] na primeira época, de forma diferente. Era muito regular a marcar e a assistir. O Viktor dá-nos capacidade diferente na profundidade e transforma a equipa, porque é mais perigosa em todos os momentos do jogo. Tem uma capacidade física muito grande que se revela no fim do jogo. Quando o jogo está a acabar, ainda tem ‘fome’ de ir para a baliza. Ele tem um papel vital na nossa forma de atacar.
O Seba [Coates] controlou bem a profundidade, mas o Essende, forte e rápido, ganhou o espaço [no segundo golo do Vizela]. Não podemos sofrer golos em tão poucas oportunidades. Cometemos pequenos erros e consentimos golos. Só não consentimos golo na oportunidade do Samu. Quando avançamos no terreno, temos de fazer a transição para trás a ‘200 à hora’.
Relembrámos aos jogadores a forma como estivemos aqui na época passada, em que ganhámos [2-1 na 34.ª jornada da época 2022/23], mas falhámos a Liga dos Campeões. Mostrámos aos jogadores como, em seis meses, a vida muda. Mas qualquer empate pode deitar tudo a perder. Temos de nos focar jogo a jogo [para evitar qualquer possível ‘deslumbramento’ com a liderança da I Liga].
O Esgaio é muito forte no entendimento do jogo, e a troca com o Trincão perturba muito as marcações. O Matheus [Pereira] ficava sem saber quem marcar. O Esgaio não é jogador de ‘um para um’, mas tem outras características que nos ajudam.
Qualquer má reação do Hjulmand poderia acabar com ele a ‘pisar’ um jogador. Tendo o jogo controlado, optei por o tirar. Não podia correr o risco de acabar o jogo com a equipa reduzida a 10 jogadores, como já aconteceu nesta época”.