O presidente do PSD disse hoje que “inexplicavelmente” a Cimeira Ibérica que decorreu, na semana passada, em Viana do Castelo manteve um “silêncio ensurdecedor” sobre a requalificação da estrada que liga o Vale do Lima à Galiza.
“Inexplicavelmente, a Cimeira Ibérica que decorreu aqui, há poucos dias, manteve um silêncio ensurdecedor sobre esta questão”, referiu Luís Montenegro, que falava aos jornalistas em Ponte da Barca, no terceiro dia da iniciativa Sentir Portugal na região.
Aquele concelho e o município vizinho de Arcos de Valdevez há anos que reivindicam que se “faça justiça” à população dos municípios do Vale do Lima, que há anos pedem a requalificação de estrada que liga o Itinerário Complementar 28 (IC28) à fronteira da Madalena e a Ourense, na Galiza.
A beneficiação do troço português daquela via, com cerca de 30 quilómetros, está estimada em 15 milhões de euros e é reivindicada há mais de uma década. Construída nos anos 80, e por onde passam, por dia, mais de quatro mil viaturas, a estrada é muito sinuosa e perigosa.
Em agosto, os autarcas de quatro municípios do Vale do Lima, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho e 14 autarcas da Galiza, bem como o representante da província de Ourense, subscreveram um manifesto missiva a exigir aos governos a concretização daquela obra “com brevidade, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência ou através de instrumentos de financiamento no contexto da cooperação transfronteiriça”.
O documento foi enviado ao primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e ao presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez.
Luís Montenegro disse que já que a 33.ª Cimeira Ibérica decorreu na capital do Alto Minho “era natural que pudesse ter sido aproveitada, também, para junto da comunidade local se poder evidenciar o apoio político dos Governos português e espanhol à concretização destes objetivos de ligação fronteiriça”.
Para o líder social-democrata, aquela ligação “pode ser um fator de desenvolvimento dos dois países, nas suas trocas recíprocas, do ponto de vista comercial, mas também no que toca ao aumento de competitividade e proximidade aos mercados europeus”.
Defendeu que a requalificação daquela via permitirá “o acesso a corredores rodoviários e ferroviários que alavancarão a economia da região”.
Montenegro adiantou que a requalificação daquela via integra, entre outros, o plano de investimentos da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, considerando que o custo daquela obra é “razoável face à dimensão dos investimentos em infraestruturas de mobilidade que estão previstos para o país, nos próximos anos”.
O presidente do PSD indiciou ainda a necessidade grande de promover melhores acessos entre Valença, Monção e Melgaço.
O líder do PSD começou o dia em Monção, no cais da Lodeira, junto à ponte Internacional que liga Monção a Salvaterra do Miño, na Galiza, para conhecer projetos de dinamização turística no rio Minho.
Montenegro visitou ainda o centro de Melgaço e uma quinta de produção de vinho Alvarinho, na freguesia de Alvaredo.
Em Valença, almoçou com provedores das Misericórdia da região, tendo “comprovado ser preciso dar uma atenção especial quer ao regime fiscal, quer à atualização das convenções e das contratualizações com as instituições sociais que estão a ficar muito asfixiadas do ponto de vista financeiras”.
“Com o aumento dos custos da energia, do gás e também com as repercussões de outras medidas que, são positivas para as pessoas, mas que têm implicações no funcionamento das instituições, como por exemplo, a subida do salário mínimo”, apontou.
O programa termina em Arcos de Valdevez com um jantar com presidentes de Junta de freguesia do distrito de Viana do Castelo.