Presidente do Famalicão diz estar a ser prejudicado pela arbitragem

Foto: FC Famalicão

Declarações após o jogo Boavista-Famalicão (2-2), da sétima jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Porto:

– Miguel Ribeiro (presidente da SAD do Famalicão): “Deixo um apelo à tranquilidade e à competência. Penso que ambas podem andar juntas. O que estamos a viver hoje é uma clara falta de tranquilidade, que, quero crer, acarretará aquilo que se passou aqui hoje.

Houve um conjunto enorme de disputas e más decisões, que levaram o jogo para o caos, mas não foi a primeira vez. Em Vila do Conde [no empate 1-1 com o Rio Ave, da quinta jornada], há uma grande penalidade a acabar o jogo, que o videoárbitro (VAR) reverteu.

Faço um apelo à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga de clubes. O nosso futebol anda à volta das equipas de arbitragem e das suas decisões. De facto, a intranquilidade está a retirar competência. O Famalicão foi prejudicado e julgo que devemos mostrar a nossa insatisfação sobre o estado atual. A insatisfação é clara, pública e decorre daquilo que vimos em várias partidas e da instabilidade, que traz uma absoluta insegurança por parte de quem está a apitar. Passadas sete jornadas, reconheço que está a ser demais.

Caso contrário, vamos estar a cada fim de semana mergulhados num absoluto caos, que leva a nossa marca para um patamar extremamente negativo. Há vários desafios pela frente, direitos televisivos para serem centralizados e um futebol português para fazer crescer, mas, infelizmente, este clima dá-nos um rótulo que é, de forma justa, negativo.

Ao fim de sete jornadas, não conseguimos dizer que joga bem ou mal. Só conseguimos falar de arbitragem. Podem acusar-me de estar a fazer o mesmo, mas acabo de sair de um jogo em que, em duas horas, confesso que só me recordo da equipa de arbitragem. [Os árbitros] Foram e são atores principais num filme em que o seu papel não é esse.

Vi este jogo na tribuna, por isso não sei o porquê [das expulsões de Jhonder Cádiz e de Chiquinho]. Estou admirado, naturalmente. A intranquilidade teve como ponto máximo essa situação dos cartões vermelhos, que foram absolutamente evitáveis e escusados”.

– Petit (treinador do Boavista): “Entrámos bem no jogo, com duas aproximações, mas a primeira subida do Famalicão à nossa área deu golo. Houve alguma intranquilidade, mas continuámos a trabalhar e a ir à procura do empate. O adversário até podia ter chegado injustamente ao 2-0 numa transição, mas isso não aconteceu. Não foi uma primeira parte bem jogada. Foi bem mais disputada, mas entrámos de forma diferente após o intervalo.

Estivemos mais pressionantes e quisemos marcar. Chegámos à vantagem, mas, depois das expulsões, houve alguma intranquilidade da nossa parte. Tentámos defender os três pontos, mas não conseguimos. Estamos tristes e frustrados pela perda de dois pontos a acabar, mas fiquei satisfeito com o comportamento, atitude e compromisso dos atletas.

[treino matinal cancelado] Não vou desmentir. Costumo dar um treino matinal antes dos jogos, mas não o tivemos. Estivemos cá, almoçámos, fomos para casa e voltámos para lanchar. Não é a mim que me têm de perguntar. Eu só posso controlar o treino e o jogo, tentando que os atletas sejam iguais a si próprios e tenham alegria para trabalhar a cada dia e dar estas respostas nos jogos. Não é fácil para ninguém, mas temos de continuar.

Tento que [a questão dos salários em atraso] não passe [para os jogadores]. Vocês têm visto os jogos do Boavista, que é uma equipa com um compromisso fantástico e bastante entreajuda. É claro que isso nos afeta um pouco, até porque trabalhamos para receber o nosso salário, mas tentámos dar o melhor por este clube, que tem 120 anos de história.

[comentário às críticas do presidente da SAD do Famalicão] Estou de acordo. Eu vejo os programas [televisivos] e apenas se fala de arbitragem. Não se fala do jogo, do golo, da defesa, do passe ou se o treinador mexeu ou não bem na equipa. Olhamos mais para os erros da arbitragem do que para a valorização do produto. Isso cria alguma instabilidade nos árbitros. Não foi um jogo fácil para [o árbitro principal] levar até ao fim 11 contra 11. Eu sei que não é fácil [estar] ali no banco, fruto de querer ganhar, mas concordo plenamente com aquilo que o Miguel [Ribeiro] referiu. Devemos dar maior tranquilidade aos árbitros”.

 
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