O presidente do CDS-PP admitiu hoje que o congresso do partido possa ser adiado caso o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) seja chumbado, mas considerou “uma encenação política” as ameaças da esquerda de voto contra.
“O CDS tem órgãos próprios que têm competências para avaliar a dinâmica do próprio calendário político, e se isso vier a acontecer é uma discussão que estará em aberto certamente no nosso partido”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos em conferência de imprensa na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa.
O líder centrista justificou que “nenhum português compreenderia” que “um partido estruturante da democracia e fundamental para uma alternativa política no centro-direita estivesse preocupado em eleições internas quando há eleições gerais no país”.
No entanto, considerou que essa discussão é “demasiado precoce” e que não se pode “fazer fé nas alegações da esquerda porque elas no passado constituíram sempre uma encenação política para alavancar as suas exigências junto do PS e tornarem o Orçamento do Estado ainda pior do que ele já é”.
“Não há razões para crer, atendendo ao histórico, que o orçamento não será aprovado. No entanto, a realidade política é dinâmica, não é estática, e o nosso partido saberá interpretar o resultado das votações”, afirmou.
O 29.º Congresso do CDS-PP está agendado para os dias 27 e 28 de novembro.
O primeiro processo de debate parlamentar do OE2022 decorre entre 22 e 27 de outubro, dia em que será feita a votação, na generalidade. A votação final global está agendada para 25 de novembro, na Assembleia da República, em Lisboa.