O Ministério Público acusou de abuso de confiança agravado o presidente da associação “Amigos dos Sons”, anterior proprietário do Conservatório de Música de Barcelos, por alegada apropriação de cerca de 430 mil euros da instituição.
O arguido, Miguel Andrade, disse que nunca causou “qualquer prejuízo” aos “Amigos dos Sons” e não possui “um cêntimo” daquela associação ou de qualquer outra.
Segundo a acusação, o arguido ter-se-á apropriado, entre outubro de 2007 e março de 2011, de mais de 216 mil euros referentes às propinas pagas pelos alunos.
O Ministério Público (MP) refere que o arguido fez uso daquelas quantias “a título pessoal”.
Acrescenta que, entre maio de 2008 e junho de 2012, Miguel Andrade terá utilizado o cartão de crédito da associação “para pagamento de despesas pessoais”, realizando movimentos que ascenderam a mais de 213 mil euros.
Segundo o MP, o arguido usou estas quantias “como se de coisa sua se tratasse, integrando-as no seu património, atuando como dono e proprietário das mesmas”.
Miguel Andrade disse que a acusação “não tem substrato” e adiantou que vai requerer a abertura de instrução do processo, “onde será explicado, de modo devidamente fundamentado, através de documentos, que nunca” infligiu qualquer prejuízo à associação “Amigos dos Sons”.
Garantiu que aquela associação “possui hoje um património consideravelmente superior ao que detinha” quando lá iniciou funções.
“Deixo claro que nunca fui ouvido pelo Ministério Público, até à presente data”, acrescentou.
Segundo o MP, o salário de Miguel Andrade foi aumentado em 2010, por proposta do próprio, de 1.230 para 3.700 euros.
Na mesma altura, a diretora de recursos humanos da associação, mulher de Miguel Andrade, também viu o seu salário subir de 1.000 para 3.700 euros.
Em agosto de 2012, o arguido constituiu uma nova associação, que é a atual proprietária do Conservatório de Música de Barcelos.
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