Declarações após o Vitória SC – Farense (2-2), jogo da 14.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado na quarta-feira no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
João Henriques (treinador do Vitória SC): “Na primeira parte, entrámos mal. Marcámos [o primeiro golo] quando não justificávamos. Nos 15 minutos finais da primeira parte, já estivemos melhor. E na segunda também. Tivemos ocasiões claras para marcar. Tivemos 31 ações na área contrária contra 11 do adversário. Mas só tivemos três remates enquadrados. Esse foi o grande problema. Na primeira parte, entrámos pouco agressivos e cedemos logo três cantos. Na segunda parte, estivemos melhor, mas sofremos um golo da forma que foi, no único lance do adversário [junto à baliza]. Falhámos várias ocasiões. [O empate] foi culpa nossa, porque não fizemos o terceiro golo e permitimos que o adversário se mantivesse em jogo.
Se olhássemos para os jogos e víssemos que o adversário mostrava mérito exclusivo para fazer o golo, era uma coisa. Tivemos uma grande penalidade e o [golo no] lançamento de linha lateral, que é surreal. A equipa está a crescer, mas não pode crescer com erros assim. Tem de crescer com pontos. Temos de perceber os momentos do jogo. Tínhamos de fechar o jogo com o terceiro golo. Em alguns momentos, percebemos isso, noutros não. No lançamento de linha lateral para a área, fomos incompetentes. Não temos tempo para chorar os pontos perdidos. Estes erros não podem acontecer. Há aqui gente que pensa que, em determinados momentos, [o jogo] está resolvido. O problema é que levámos um soco para acordar. Temos de ser muito mais competitivos. Em todos os jogos, começamos com um ponto e temos de trabalhar para conseguir os outros dois. A equipa tem de ter mais personalidade para conquistar os pontos. O resultado foi mau.
[Quaresma e André André, que saíram desagradados do campo] São jogadores muito competitivos. Querem ganhar sempre. Estamos todos muito irritados com o que aconteceu. Estamos a falar de dois jogadores muito experientes, que sabem que não se pode sofrer golos desta forma. No balneário, percebemos que fomos incompetentes. São situações perfeitamente normais de quem quer ganhar, de quem é ambicioso. Ficava preocupado e chateado se se saíssem a rir. Mas eles não estão mais irritados do que eu. Isto só passa depois de ganharmos ao Paços.
Vamos encontrar um adversário de maior grau de dificuldade [o Paços de Ferreira, no domingo]. É uma equipa competitiva e agressiva. Erros destes [como os cometidos hoje] serão fatais. Na segunda volta, temos os mesmos pontos que tínhamos à primeira. Temos de vencer em Paços para manter o registo da primeira volta”.
Jorge Costa (treinador do Farense): “Sem dúvida. Depois de tudo o que aconteceu durante os 90 minutos, este é um ponto positivo, conquistado com muito esforço e dedicação e uma ponta de sorte. É um ponto conquistado por uma equipa que nunca deixou de acreditar, que deu o que tinha e o que não tinha. Viemos jogar com uma equipa com objetivos completamente diferentes dos nossos. É um tónico nesta fase.
Não vi [o lance da expulsão do Alex Pinto]. Segundo o jogador, há um toque com a mão, involuntário. Não pode jogar com o Benfica, mas terei certamente jogadores recuperados para o duelo com o Benfica. Será uma dor de cabeça boa.
Tivemos resultados bons. Fizemos jogos bons. E tivemos resultados menos positivos. Cheguei [ao cargo de treinador] e passados três dias estávamos a jogar. Era estranho para mim ver o Farense na posição em que estava [na tabela]. Temos qualidade individual para estarmos numa situação diferente na tabela classificativa. Espero que estes resultados possam trazer mais confiança a uma equipa que tem qualidade. Estou confiante de que, no final da época, estarei numa posição bem diferente na luta pela despromoção”.