Neste Artigo
O Centro e Estudos Climáticos do MeteoFreixo indica que o mês de julho foi “moderadamente mais quente”, pois registou-se um valor médio 21,8ºC, portanto 0,5ºC acima da normal do mês (21,3ºC). O clube de meteorologia refere ainda que a precipitação “muito acima do normal” foi uma ajuda para os bombeiros durante este mês de verão.
“Este julho ligeiramente mais quente deve ser analisado ao pormenor pois começamos e terminamos o mês muito quente, enquanto as semanas intermédias foram claramente frescas, lê-se no documento enviado a O MINHO, assinado pelo estudante Pedro Machado.
No que respeita à precipitação de julho, os 52 mm caídos foram 136% acima do normal (22 mm), sendo considerado bastante chuvoso para a época.
Julho ainda fica marcado por “alternâncias entre semanas extremamente quentes e secas e semanas intermédias bastantes frescas e chuvosas para a época”.
Digamos que julho foi um “vaivém de dias extremamente quentes, em contraste com outros anormalmente frescos com alguma chuva a acompanhar”.
“Estes 52 mm de precipitação contribuíram para o risco moderado de incêndio e têm sido uma bênção para os bombeiros”, nota o relatório do mês de julho.
Termograma de julho de 2024
Numa visão com mais pormenor do mês de julho destacam-se os dias 23 e 24 extremamente quentes com valores médios próximos de 30ºC (acima de 28ºC).
O dia 23 registou valores absurdos para a região do Minho com a máxima a chegar aos 40ºC e a mínima de 21,5ºC (noite tropical).
“Tivemos 5 dias com máximas acimas dos 35ºC (dias 22, 23, 24, 28, 29) e três dias com noites tropicais (mínimas acima de 20ºC), nomeadamente 23, 24 e 29”, refere.
Pelo contrário, os dias 07 e 08 foram “bastante frescos” com médias de 16,5ºC e mínimas muito baixas, próximas de 10ºC.
“De salientar a inconstância térmica de julho com frescura pelo meio, segue a tendência dos meses anteriores. Estas variações térmicas muito rápidas estão a complicar as melhores expetativas da hortofloricultura”, nota.

Pluviograma de junho 2024
Em relação à precipitação, este mês foi “bastante chuvoso” em relação ao normal (+36%), isto em termos relativos.
“Estes 52 mm, embora pouco em termos absolutos, foi mais do dobro do quantitativo normal que costuma ser de 22 mm”, refere a nota enviada a O MINHO.
No entanto, analisando ao pormenor, a distribuição da precipitação, ela concentrou-se na segundo semana, entre os dias 08 e 15.
De salientar o dia 9, categorizado como anormalmente muito chuvoso, uma vez que os 22 mm caídos nesse dia, equivaleram ao valor que normalmente chove em todo o mês de julho.
Também o dia 14 registou uma precipitação significativa para a época (15 mm) e a introduzir uma “humidade importante para reduzir o risco de incêndio”.

Análise comparativa
Depois do primeiro semestre de 2024 “bastante pluvioso” (com exceção de abril), julho “voltou a surpreender como não tendo sido um mês seco”.
Os padrões climáticos da região Minho normalmente têm julho e agosto como meses secos e tal não se verificou em 2024
Ao nível da temperatura, julho com a temperatura média de 21,8ºC, e tendo em conta as grandes oscilações térmicas durante o período mensal, o valor médio está dentro dos padrões, tendo sido ligeiramente mais quente (+ 0,5ºC).

Quanto à anomalia termopluviométrica, confirma-se que o mês de julho se “desviou do padrão normal”, especialmente com a “precipitação muito acima do normal” (+136%).
Como se comprova no gráfico de dispersão em baixo, julho foi em termos relativos “ligeiramente mais quente e bastante húmido”.

Previsão da primeira quinzena de agosto
A previsão para a primeira quinzena de agosto na região Minho é de céu geralmente pouco nublado ou limpo com temperaturas normais para a época na primeira semana (máximas a rondar os 30ªC).
O padrão tempo seco vai manter-se na segunda semana, mas atenção às temperaturas máximas poderem vir a ultrapassar os 35ºC.
“Aliado ao vento moderado, o risco de incêndio vai agravar consideravelmente e contrariar a tendência mais calma ocorrida em julho. Em resumo, duas semanas secas mas a primeira com temperatura normal e a segunda bastante mais quente e a exigir cuidados especiais pelos agentes da proteção civil”, prevê Pedro Machado.
O clube MeteoFreixo foi criado em outubro de 2017 pelo agrupamento de Freixo, em Ponte de Lima e é um dos principais responsáveis pela rede de estações meteorológicas de Arcos de Valdevez e Paredes de Coura, tendo também criado o índice de risco natural de incêndio e geada, certificado pelo Politécnico de Viana do Castelo, e que é uma importante ferramenta para prevenir incêndios.
Com duas estações meteorológicas (analógica e digital), o clube partilha os dados que recolhe com os Bombeiros de Ponte Lima, a GNR de Freixo e o com a Proteção Civil, através do Comando Sub-regional do Alto Minho.