Os pré-avisos de greve comunicados ao Ministério do Trabalho aumentaram em quase 150% no primeiro trimestre face ao período homólogo, para 489, e na administração pública subiram 113%, totalizando 264, segundo dados oficiais.
De acordo com os dados mensais da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), entre janeiro e março foram entregues no Ministério do Trabalho 489 pré-avisos de greve no setor privado e no setor empresarial do Estado, um número que compara com 197 no mesmo período de 2022.
Já as estatísticas da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) mostram que no primeiro trimestre do ano foram comunicados na função pública 264 avisos prévios de greve, contra 124 nos primeiros três meses do ano anterior.
Em termos percentuais, o aumento homólogo no primeiro trimestre foi de 148,1% no caso dos pré-avisos comunicados ao Ministério do Trabalho e de 112,9% na administração pública.
A subida dos salários para fazer face ao aumento do custo de vida devido à inflação tem sido um dos principais motores dos protestos.
Tendo em conta os pré-avisos comunicados à DGERT, os dados mostram que a maioria (341) ocorreu no setor privado e 148 no setor empresarial do Estado, tendo sido registados 74 processos de serviços mínimos.
Tendo em conta apenas o mês de março, foram comunicados à DGERT 206 pré-avisos de greve no privado (34%) e no setor empresarial do Estado (66%), sendo os setores mais afetados a “administração pública e defesa; segurança social obrigatória” com 29% do total e as “atividades administrativas e dos serviços de apoio” com 27%, seguindo-se os “transportes e armazenagem” (9%) e as “atividades de saúde humana e apoio social” (8%).
Quanto aos 264 avisos prévios de greves na administração pública, a grande maioria (201) registou-se na Educação, seguida da Saúde (28) e dos Negócios Estrangeiros (13) embora estas últimas tenham vindo a ser desconvocadas.
Na Justiça foram entregues sete avisos de greve, cinco na Administração Local, três na Administração Interna, uma nas Finanças e uma na Agricultura e Alimentação.
Em março realizou-se ainda uma greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública, convocada pela federação sindical da CGTP.
O início do ano foi marcado por várias greves na CP – Comboios de Portugal, com perturbações na circulação de comboios em todo o país.
Também na educação estão em marcha várias paralisações que, nos primeiros meses do ano, levaram ao encerramento de escolas, tendo sido nalguns casos decretados serviços mínimos.