Portugal atingiu um recorde de zonas balneares, com 608 praias, realçou esta sexta-feira a Zero, que defende ser necessário resolver os cinco casos de má qualidade da água, dentre as quais a praia fluvial de Merelim S. Paio, em Braga, e a falta de utilização balnear no estuário do Tejo.
“Existem em Portugal 608 zonas balneares que poderão ser frequentadas, mais sete do que no ano passado, um recorde desde que entrou em vigor a nova legislação”, sendo 480 costeiras ou de transição e 128 interiores, de rios ou lagoas, refere a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, em comunicado.
Com base no historial e de acordo com a legislação, que define a realização de análises até ao final da época balnear anterior, “houve uma melhoria entre 2017 e 2018, com mais 36 praias de qualidade excelente”, referem os ambientalistas.
Portugal tem, segundo a Zero, 529 zonas balneares excelentes, 46 boas, oito aceitáveis e cinco más, sendo as restantes novas ou ainda não classificadas.
As zonas classificadas com qualidade má são Gorgulho (Funchal, na Madeira), uma zona costeira, e a Praia do Forte (Figueira da Foz), esta de transição, ambas recorrentes.
A Foz do Lizandro-Rio, no concelho de Mafra, uma praia interior, Zebreiros (Gondomar), zona de transição, e Merelim S.Paio (Braga), zona interior são as restantes praias com água com má qualidade, segundo a Zero que acrescenta que as últimas duas não vão abrir este ano.
“Portugal continua a falhar objetivo da diretiva europeia”, nesta matéria, alertam os ambientalistas.
As regras europeias referem que todas as águas balneares deviam ser classificadas como ‘aceitável’ até ao final da época balnear de 2015 e cada país devia tomar as medidas consideradas adequadas para aumentar o número de águas balneares classificadas com ‘excelente’ ou ‘boa’.
“Continua a existir alguma vulnerabilidade à poluição, nomeadamente no que diz respeito às falhas no saneamento básico e aos problemas de gestão da bacia hidrográfica, os quais estarão na origem de análises com elevados índices de poluentes”, aponta.
Para a associação, “os enormes investimentos” em tratamento de águas residuais ainda não se traduziram numa melhoria que permita a utilização balnear das praias no estuário do Tejo.
Hoje há mais 190 praias que começam a sua época balnear, vindo juntar-se às 49 já em funcionamento.