Póvoa de Lanhoso em choque com a morte na caça de ‘filho da terra’

A morte de um caçador povoense, ao início da manhã deste domingo, devido a um acidente de caça, em Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, Trás-os-Montes, deixou chocada a Póvoa de Lanhoso, por ser filho da terra e muito estimado no concelho.

António Joaquim Domingos Gonçalves, de 64 anos, casado, mais conhecido por “Tone Russo”, natural e residente na freguesia de Taíde, do concelho da Póvoa de Lanhoso, antigo emigrante na Suíça, foi atingido por um tiro acidental da sua arma de caça.

Nas freguesias de Taíde e Sobradelo da Goma, bem como principalmente nas localidades limítrofes daquela zona confinante com outros concelhos, as reações não se fizeram esperar, assim que se soube da morte, através de amigos que o acompanhavam.

Um dos seus irmãos, Manuel Domingos Gonçalves, sacristão na paróquia de Sobradelo da Goma, foi dos primeiros a tomar conhecimento da notícia, ainda antes da missa celebrada pelo pároco, Albino Carneiro, acabando por sair mais cedo do templo.

Passavam poucos minutos das sete horas da manhã, quando “Tone Russo”, ao tirar o estojo com a sua espingarda caçadeira dentro, de súbito foi atingido pela sua própria arma. Ainda e sempre com a arma dentro e sem a retirar do mesmo estojo entrando em paragem cardiorrespiratória, acabando por falecer poucos minutos após.

Um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), por coincidência baseado em Macedo da Cavaleiros, aí perto, foi deslocado para o local da ocorrência, mas quando chegou a equipa de medicina e enfermagem já nada havia a fazer. 

“Caçador muito experiente”

O presidente do Clube de Caçadores da Póvoa de Lanhoso, João Silva, ainda surpreendido com as circunstâncias da morte de “Tone Russo”, há muitos anos sócio daquela coletividade, tendo sido a caçada desta manhã realizada por iniciativa do próprio.

É que já era habitual “Tone Russo” participar em atividades de caça com elementos da Associação de Caça e Pesca de Talhas, em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, amigos que já tinha contactado esta manhã quando se preparava para caçar.

A vítima mortal iria caçar tordos, com o seu grupo de amigos, uma vez que essa espécie cinegética não abunda na região do Minho, sendo muito frequentes as deslocações de caçadores minhotos expressamente para caçar nas paragens transmontanas. 

João Silva, após realçar não saber ao certo como morreu o amigo, António Gonçalves, começou por “lamentar profundamente” o sucedido, fazendo questão de destacar que “Tone Russo”, pelo que conhecia da vítima, “era um caçador muito experiente”.

O facto de António Joaquim Gonçalves, também como caçador, “ser extremamente cuidadoso”, também segundo João Silva, deixou ainda mais estupefactos os caçadores povoenses, de cujo clube “Tone Russo” era associado há muitos anos.

 
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