As remunerações reais dos trabalhadores em Portugal cresceram, em média, 3,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, mostram dados de hoje do INE.
A estimativa publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referente à remuneração bruta total mensal média por posto de trabalho, já tem em conta o efeito da inflação.
“Tendo por referência a variação do Índice de Preços do Consumidor [IPC], a remuneração bruta total mensal média aumentou 3,7%”, refere o INE.
Se não for considerada a variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC), a remuneração bruta total mensal média por trabalhador aumentou, em termos nominais, 6% para 1.741 euros “no trimestre terminado em junho de 2025 (correspondente ao 2.º trimestre do ano), em relação ao mesmo período de 2024”, indica o instituto estatístico.
Um ano antes, em junho de 2024, encontrava-se nos 1.643 euros.
“Tanto a componente regular como a componente base daquela remuneração aumentaram 5,7%, situando-se em 1.368 euros e 1.281 euros, respetivamente”, indica a síntese estatística.
Os dados dizem respeito a 4,8 milhões de postos de trabalho, “correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações, mais 1,8% do que no mesmo período de 2024”.
De acordo com o INE, “a remuneração bruta regular mensal média por trabalhador exclui, entre outras componentes salariais, os subsídios de férias e de Natal, pelo que tem um comportamento menos sazonal”.
Em junho deste ano, ficou em 1.368 euros, mais 74 euros do que em junho do ano passado, uma diferença de 5,7%.
A remuneração bruta base mensal média passou de 1.212 euros em junho de 2024 para 1.281 euros em junho deste ano, mais 69 euros, crescendo na mesma proporção em termos percentuais.
O INE refere que, quando se compara a evolução das remunerações com a realidade de junho do ano passado, verifica-se um aumento da remuneração média “em quase todas as dimensões”, da atividade económica, à dimensão de empresa, passando pelo setor institucional, intensidade tecnológica e intensidade de conhecimento.
Os maiores aumentos aconteceram nas atividades de “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca” (com um aumento de 11,5%), nas empresas de 50 a 99 trabalhadores (7,1%), no setor público (7,3%) e nas empresas de “serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento” (6,9%)”, indica a instituição.
A remuneração média mais baixa (a total, que inclui todas as componentes) é a dos trabalhadores da “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca”, onde o valor de junho ficou em 1.080 euros brutos. O valor mais alto registou-se no grupo dos trabalhadores de “eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”, onde a média foi de 3.869 euros brutos.
Considerando apenas a remuneração base, o valor médio bruto era de 892 euros na “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca” e de 2.573 euros nos trabalhadores de “eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”.
Os maiores aumentos percentuais na remuneração total verificaram-se na “agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca” (11,5%) e “nas atividades de “indústrias extrativas” (9,6%), enquanto o menor acréscimo aconteceu nas atividades de “transportes e armazenagem” (0,5%).