O movimento no Porto de Viana do Castelo foi o que mais cresceu em Portugal, até outubro, com uma subida homóloga de 21,9%, face a igual período do ano passado, segundo os dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), hoje divulgados.
O registo surge em contra-ciclo com a média registada nos outros portos do Continente, que movimentaram 72,9 milhões de toneladas de carga nesse período, menos 6,4% do que em igual período do ano passado.
“No conjunto dos primeiros dez meses do ano de 2019, os portos do Continente movimentaram um total de cerca de 72,9 milhões de toneladas de carga, valor inferior em 6,4% face a igual período de 2018”, apontou, em comunicado, a AMT.
Em conjunto, Viana do Castelo, Leixões e Aveiro apresentaram, no período em causa, um desempenho positivo total de 665,4 mil toneladas. No entanto, não conseguiram anular o desempenho negativo dos restantes portos, “que totalizam um global de cerca de 5,7 milhões de toneladas”.
Entre os portos, Sines é um dos principais responsáveis pelo desempenho negativo, tendo perdido quase 6,9 milhões de toneladas nos mercados da carga contentorizada, carvão e petróleo bruto.
No sentido inverso, os portos de Viana do Castelo, Leixões e Aveiro apresentam um desempenho positivo, com subidas homólogas de 21,9%, 3,5% e 1%, respetivamente.
O destaque vai para Leixões e Aveiro, que atingiram as melhores marcas de sempre com, respetivamente, 16,5 e 4,6 milhões de toneladas.
Os restantes totalizam perdas de quase 5,7 milhões de toneladas, sendo Sines responsável por 92,2% deste valor.
“O Porto de Sines continua a liderar no movimento global portuário, não obstante os recuos verificados nos últimos meses, com uma quota de 47,8%, seguido de Leixões (22,6%), Lisboa (13%), Setúbal (7,4%) e Aveiro (6,4%)”, lê-se no documento.
Por sua vez, no que se refere ao movimento de contentores, entre janeiro e outubro, registou-se uma quebra de 8% no volume de TEU (medida padrão utilizada para calcular o volume dos contentores), apresentando um movimento que ultrapassa os 2,3 milhões de TEU.
De acordo com a AMT, este desempenho justifica-se com os decréscimos verificados em Sines e Setúbal (-17,5% e -2,5%, respetivamente) e as subidas em Leixões, Lisboa e Figueira da Foz (6,2%, 6,4% e 6,9%, respetivamente).
“Importa recordar o peso que o tráfego de ‘transhipment’ representa no volume de contentores movimentados em Sines, que, apesar de ter vindo a diminuir nos últimos meses, acumulando em outubro uma redução de 28%, ainda representa 68,2% do total no porto. Por outro lado, o volume de TEU com origem e destino no ‘hinterland’ do porto regista um crescimento de 19,8%”, sublinhou a autoridade.
Neste segmento de mercado e, apesar do seu comportamento negativo, Sines mantém a liderança com uma quota de 52,1%, menos seis pontos percentuais do que a registada em igual período de 2018, seguindo-se Leixões com 25,1%, Lisboa com 16,9%, Setúbal com 5,1% e Figueira da Foz com 0,8%.
Já no que respeita ao movimento de navios, no período em causa, observou-se uma progressão de 0,4% no número de escalas para 8.984 e uma diminuição de 0,8% no volume de arqueação bruta para cerca de 171,5 milhões.
Viana do Castelo (14,6%), Douro e Leixões (0,7%) e Lisboa (7,2%) foram os únicos portos que registaram um crescimento no número de escalas.
Entre janeiro e outubro, as operações de embarque foram “profundamente influenciadas” pelas quebras nos volumes de carga contentorizada e produtos petrolíferos expedidas no Porto de Sines, que registaram quedas de 1,9 milhões de toneladas e 1,1 milhões de toneladas, respetivamente.
Nas variações positivas, por seu turno, destaca-se a carga contentorizada em Leixões e os minérios em Setúbal com, respetivamente, mais 321,1 mil toneladas e 70,9 mil toneladas.
No que diz respeito às operações de desembarque, destacam-se os produtos petrolíferos, em Sines, com acréscimos de 2,5 milhões de toneladas e, com menor expressão, os outros granéis líquidos em Sines, que registam também uma subida de 207,3 mil toneladas.
Em Sines, a carga contentorizada (-2,2 milhões de toneladas), o petróleo bruto (-1,6 milhões de toneladas) e o carvão (-1,2 milhões de toneladas) contribuíram para as variações negativas nestas operações.
“Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto ‘exportador’, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada”, notou a AMT.