O “vento forte de sul” e as “temperaturas tropicais” potenciaram os muitos incêndios florestais registados na última noite no Alto Minho.
A explicação é do centro de estudos climáticos MeteoFreixo, de Ponte de Lima, que estudou o fenómeno desta noite “tropical” e a onda de incêndios florestais em Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Paredes de Coura.
“Na tarde e noite de 19 de março, a região Minho sofreu efeitos da depressão Martinho, não pela chuva, mas pelo vento forte de sul e temperaturas tropicais que potenciou os incêndios florestais na região Minho”, explica o MeteoFreixo em comunicado assinado pelo seu responsável, Sérgio Basto.
No entendimento do MeteoFreixo, “é precipitado catalogar estes incêndios a origem criminosa, porque de facto ocorreram um conjunto de condições meteorológicas propícias à propagação de incêndios”.
E essas condições são as seguintes: “Pelas 23 horas, estavam 18,3ºC de temperatura, vento médio de 30 km/h do quadrante Sudeste e apenas 44% de humidade que secou a matéria combustível. Além disso levávamos oito dias secos (não chovia desde 11 de março)”.

O MeteoFreixo adianta que “muitos desses incêndios decorreram por negligência humana de cidadãos ao fazerem ontem (19 março) queimadas de sobrantes agrícolas e florestais, autorizadas previamente pela entidade responsável”.

E acrescenta que “as previsões anteriores não indiciavam estas condições adversas para o fogo controlado, mas entende que o utilizador do fogo deve ter a responsabilidade de reavaliar na hora, as efetivas condições de segurança para essas ações”.
Incêndios já foram extintos
Como O MINHO noticiou, os vários incêndios que deflagraram na noite de quarta-feira, no concelho de Arcos de Valdevez, onde houve aldeias ameaçadas pelas chamas.
Nenhuma habitação chegou a ser afetada, apesar de terem estado em risco e não há vítimas.
O comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, referiu, em declarações à SIC Notícias pelas 23:20 de quarta-feira, que duas freguesias chegaram a ser ameaçadas pelas chamas e que estiveram a ser ponderadas evacuações.
Filipe Guimarães relatou rajadas de vento a 90 quilómetros por hora, que contribuíram para incêndios de dimensão considerável, juntamente com a quantidade de combustível disponível devido à falta de prevenção.
O comandante denunciou também situações de fogo posto.
Além dos fogos de Arcos de Valdevez registaram-se também incêndios em outros concelhos do Alto Minho, nomeadamente em Paredes do Coura e Ponte da Barca, mas já se encontram todos “resolvidos”.
Com Lusa