Artigo de Vânia Mesquita Machado
Pediatra e escritora. Autora do livro Microcosmos Humanos. Mãe de 3. De Braga.
Quando o Dr. Miguel Guimarães apresentou a sua candidatura a Bastonário da Ordem dos Médicos, semeou-se a esperança no investimento crescente e assertivo na área da Saúde, permitindo vislumbrar a continuidade do trabalho árduo desempenhado pelo Dr. José Manuel Silva.
Exprimo publicamente o meu apoio em véspera de eleições (votos a enviar pelo correio entre 04 e 13 de janeiro ou presencialmente nas Secções das Ordens Regionais e Distritais a 19 de janeiro), principalmente porque penso ser importante que seja do conhecimento dos cidadãos o potencial valor da contribuição desta candidatura na melhoria da Medicina no nosso país.
Se for escolhido como o representante de todos os médicos veremos assegurados os interesses dos doentes e a prática da Humanização na Medicina.
Embora só a classe médica possa concretizar a sua eleição, é um dever de todos incentivarem os médicos com quem se relacionam a participar através do voto na lista A: a abstenção por inércia pode impedir que esta semente de mudança germine e frutifique.
A classe médica é formada por um grupo muito heterogéneo de profissionais, com um amplo espectro de ideologias e diferentes formas de estar na Medicina.
O Dr. Miguel Guimarães é um candidato consensual, que reúne apoios transversais, dispensando muletas políticas.
Basta aceder ao site da sua candidatura, miguelguimarães.2017.pt, para ler as mensagens de apoio de médicos das mais diversas áreas, e assimilar como é estimado pelo seu valor pessoal.
Com o meu testemunho pretendo dar ênfase ao aspeto que beneficia os doentes.
Como pessoas portadoras de um corpo orgânico que somos todos, em alguma fase da vida necessitamos de cuidados médicos.
Quando a dor nos bate à porta, a nós, a amigos ou familiares, apercebemo-nos da nossa vulnerabilidade que a todo o custo tentamos ignorar («só acontece aos outros» é a nossa forma inconsciente de estar de uma forma geral), e para além de desejarmos o melhor tratamento de acordo com os conhecimentos científicos atualmente disponíveis, sermos acarinhados e tratados como pessoas faz toda a diferença na predisposição anímica para combater a indesejada doença com coragem, motivação e força de vontade, e essa atitude pode fazer a diferença; baixar os braços não ajuda a curar maleitas.
O Dr. Miguel Guimarães exprimiu publicamente o seu real empenho na promoção de uma Medicina mais humana mal oficializou a sua candidatura, escolhendo o slogan de «Defender a Qualidade da Medicina e dos Doentes».
No discurso de apresentação referiu que «o maior privilégio de ser médico centra-se na relação humana com o doente, em servir a causa da vida. Não conheço qualquer outro privilegio que não este».
Existem várias medidas concretas no seu programa, como defender a quantidade e a qualidade do tempo disponível para reforçar a relação entre os médicos e os doentes, avaliação do cumprimento da ética e da deontologia médicas, menos utentes por médico de família, denunciar se existem falta de recursos como médicos, materiais e equipamentos nos hospitais, etc.
Tenho a vantagem de o conhecer pessoalmente após a apresentação do meu livro na Ordem dos Médicos, no Porto em 2014.
Facilmente senti a sua capacidade de empatia e de interesse pelos outros, espelhada no olhar vivo e no seu sorriso recetivo.
Apesar das tentativas dos vários governos ao longo dos anos em catalogar a prática médica como mera atividade profissional a encaixar entre índices numéricos rigidamente compartimentados, com o objetivo principal da máxima produtividade, felizmente que tem prevalecido o bom senso da maioria dos médicos, que assimilaram o valor do espírito de Missão jurado desde os tempos de Hipócrates e que tradicionalmente assinala o início do exercício da prática de Medicina.
Porque apesar da melhoria da prática médica concretizada pelo aumento dos recursos e da tecnologia disponível ser já uma realidade em Portugal, embora com um longo caminho a percorrer, penso ser consensual que ninguém dispensa a base da relação Médico-Doente, pilar fundamental do exercício da Medicina nem a clínica baseada nos ensinamentos Hipocráticos da Medicina como Missão.
Para que os doentes não se sintam sozinhos, não sejam meros utentes, nem chamados pelo número do processo clínico, ou seja, por uma Medicina mais humana, vamos apelar ao voto na lista A.
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