A portuguesa Joana Rolo e galegos, Benito Malvar, Juan António Valverde e Miguel Meijido, alunos de arquitetura da Escola Superior Gallaecia, são os autores do projeto escolhido pela população de Caminha para a reabilitação do mercado.
O projeto número quatro, assinado por aqueles alunos de mestrado do curso de arquitetura, e apresentado publicamente esta quarta-feira, é um dos quatro finalistas que esteve em consulta pública entre os dias 09 e 19 deste mês, contabilizando 161 votos.
A segunda proposta mais votada, da autoria de Miguel Afonso alcançou 159 votos, e recebeu uma menção honrosa.
Naquela consulta pública, e de acordo dados fornecidos esta quarta pela Câmara de Caminha, votaram 357 pessoas, 61% das quais naturais do concelho de Caminha.
De acordo com aqueles dados, 86% dos votantes residem no concelho, especialmente na União de Freguesias de Caminha e Vilarelho (50% de todos os votantes), sendo que 45% têm idade entre 51 e 70 anos.
Para o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, a forma como foi escolhido o projeto que a população quer ver implementado no mercado municipal “foi um excelente exemplo de participação cívica”.
“Participaram os alunos de uma escola de arquitetura da região que tiveram aqui uma oportunidade de demonstrar o seu valor, participaram as peixeiras e as vendedoras de fruta, que foram consultores dos proponentes, participaram os cidadãos que puderam escolher o seu mercado através do voto direto, e sem filtro da Câmara”, sustentou.
O autarca socialista sublinhou tratar-se “de um símbolo máximo de uma nova forma de trabalhar em Caminha, uma governação que apela à criatividade e à cidadania”, adiantando ser seu objetivo “iniciar as obras de reabilitação do mercado ainda em 2016”.
O edifício onde funciona atualmente o mercado daquela vila foi construído provisoriamente há 40 anos.
“É com grande satisfação que vemos o mercado a iniciar um ciclo novo, e qualificado depois de 40 anos de degradação e declínio. Quando cheguei à Câmara recebi uma visita da ASAE que queria fechar o mercado de forma imediata. Fizemos obras de urgência que permitiram o seu funcionamento mas, finalmente, vamos avançar com a reabilitação real de um equipamento tão necessário em Caminha”, frisou.
Miguel Alves afirmou ainda que o projeto vencedor “representa bem a diversidade da Escola Superior Gallaecia”, por integrar alunos portugueses e da vizinha Galiza.
Com sede em Vila Nova de Cerveira, a escola tem 250 alunos, “metade portugueses e metade espanhóis”, sendo que “entre 5 a 10% são alunos de outras nacionalidades, como Itália e Argélia”.
Com 22 anos de existência ministra os cursos de arquitetura e urbanismo, artes plásticas e multimédia.
“Agora, todos os alunos autores dos restantes projetos vão trabalhar na execução da proposta vencedora. Este projeto será coordenado pelos professores da Escola Superior Gallaecia”, sublinhou o autarca.