Ponte de Lima: Nuno Oliveira é candidato ao Conselho Fiscal da Casa de Caridade

“Casa de Caridade deve cultivar uma imagem credível na comunidade”

Nuno Oliveira é candidato ao Conselho Fiscal da Casa de Caridade Nossa Senhora da Conceição, em Ponte de Lima, foi hoje anunciado. O gestor, com larga experiência no setor social e da saúde, encabeça a lista B e quer que o próximo Conselho Fiscal se constitua “como o referencial de credibilidade, rigor e respeito pelos sócios que deve existir na Instituição”. Pela lista A concorrem elementos de confiança da atual direção, liderada pelo antigo vice-presidente, Pedro Saraiva, agora em funções como presidente em exercício.

Recorde-se que a instituição está sem Conselho Fiscal desde que a anterior mesa (eleita em julho de 2020 com os restantes órgãos sociais) se demitiu, em novembro de 2021, solidária com a também demissão do anterior presidente da direção, Agostinho Freitas. Todos discordaram do rumo que os restantes membros executivos, incluíndo o atual presidente em exercício, Pedro Saraiva, estão a tomar para a Casa da Caridade de Ponte de Lima.

Pedro Saraiva estará, aliás, em posição conturbada face aos estatutos da Casa da Caridade, que segundo apontou um grupo de sócios, secundado pelo anterior presidente, não contemplam a nomeação direta de um vice-presidente (cargo ocupado por Pedro Saraiva) como substituto do presidente, mas sim do primeiro suplente da lista eleita, matéria que está a ser investigada pela Segurança Social e à qual o atual presidente – que é também advogado – não quis responder, chegando mesmo a ameaçar um jornalista de O MINHO com um processo judicial, caso o nosso jornal desse eco às vozes que apontam as irregularidades.

O anterior presidente da direção, que se demitiu em novembro de 2021 por considerar que estavam a ser postos em causa “cuidados elementares e básicos” aos utentes, por ver os colegas de direção recusarem contratar funcionários. “Cheguei a um ponto em que não podia continuar com isto porque não posso estar a sacrificar a vida e saúde dos utentes”, afirmou Agostinho Freitas.

“Casa de Caridade deve cultivar uma imagem credível na comunidade”

Chocado com várias destas situações que têm vindo a público nos últimos meses, Nuno Oliveira, suportado por dezenas de associados, decidiu avançar para o Conselho Fiscal.

“Entendo que uma Instituição com a missão social que tem a Casa de Caridade deve cultivar uma imagem credível na comunidade que serve. Não podemos alimentar, na praça pública, um permanente acerto de contas com o passado que em nada beneficia a Instituição. Queremos ajudar e contribuir, sempre que possível, para uma imagem positiva e de futuro, que dê segurança aos nossos utentes e aos seus familiares, orgulhe os sócios e motive os nossos colaboradores”, disse o atual gestor na área da Saúde.

Atropelo aos estatutos 

De acordo com Nuno Oliveira, é “necessário repor o rigor no cumprimento dos Estatutos da Instituição e esse é um contributo importante do Conselho Fiscal”.

“Lamento profundamente que o processo destas eleições tenha começado por atropelar os Estatutos em vigor. Os sócios apenas foram chamados a se pronunciarem sobre a forma de eleição do Conselho Fiscal, como os Estatutos impõem, depois dos vários requerimentos que enderecei à Senhora Presidente da Assembleia Geral”, acrescentou.

E considera: “Pior, informaram os sócios que as eleições foram canceladas devido à situação epidemiológica e não porque o processo era ilegal. Pergunto também, se quem apresentou lista nesse processo ilegal, reúne condições para exercer uma competência fiscalizadora uma vez que não foi capaz de perceber e detetar tão visível incumprimento dos estatutos”.

Envolver os sócios

Nuno Oliveira apresenta como contributo nesta matéria “a necessidade de se criar um regulamento eleitoral que detalhe os vários passos do processo”.

Destaca ainda a necessidade de envolver os sócios na vida da instituição e de lhes dar mais e melhor informação. Nuno Oliveira não tem dúvidas que a Casa de Caridade só voltará a ter a “importância que merece ter em Ponte de Lima” se, em primeiro lugar, for efetivamente capaz de ser “importante para os sócios da instituição”. Para isso – vinca – “a Instituição não pode ser coutada de ninguém”.

“Se vencer as eleições, disponibilizarei aos sócios da Instituição vários mecanismos de auscultação das suas ideias e propostas para a ação do Conselho Fiscal. Irei também prestar contas das nossas atividades, enviando uma ‘newsletter’ a todos os sócios com informação sobre o nosso trabalho e as nossas posições. Queremos incentivar, através do exemplo, os restantes órgãos da Instituição a desenvolverem estas iniciativas e reforçarem os canais de comunicação com os sócios. Não podemos aceitar que os sócios continuem a ser privados de receber, no prazo previsto nos Estatutos, os documentos que são discutidos nas Assembleias Gerais”, acrescentou a O MINHO.

Transparência 

Nuno Oliveira destaca ainda que é importante garantir mecanismos transparentes na gestão de Recursos Humanos: “Os nossos colaboradores merecem regras iguais na progressão e valorização das carreiras e as melhores condições de trabalho. Não podemos simplesmente nomear ou escolher pessoas sem dar oportunidade a outras de concorrer”.

Quanto à motivação dos colaboradores, Nuno Oliveira afirma que, como sócio, tem dado vários contributos: “Tenho pena que a Instituição não tenha dado prioridade à proposta que apresentei de criação de um cartão de colaborador, com vários benefícios e descontos para os próprios. É necessário dar sinais inequívocos que reconhecemos o trabalho dos nossos colaboradores, não chegam palavras de circunstância”.

“É por tudo isto que é importante votar no próximo dia 20 de março” reforça Nuno Oliveira, apelando a uma grande mobilização dos sócios para dar força a um projeto que aposta no rigor, transparência e envolvimento de todos. 

As eleições parciais para o Conselho Fiscal da Casa da Caridade de Ponte de Lima estão marcadas para o dia 20 de março, havendo duas listas a concurso.

 
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