Ponte de Lima: Ezequiel Rodrigues é polícia e a sua segunda alma é de escritor

Autor apresentou a sua segunda obra em ‘casa’
Ponte de lima: ezequiel rodrigues é polícia e a sua segunda alma é de escritor
Foto: Gil E. do Lago / O MINHO

São já vinte as edições da Feira do Livro em Ponte de Lima. E um dos pontos altos desta edição teve como protagonista um autor da terra. Ponte de Lima não se consegue desligar do que é, local. Olha para fora, muito, mas está sempre dentro. Neste domingo Ezequiel Rodrigues apresentou a sua segunda obra (“Ódios de Fronteira” é a primeira), consolidando um evento onde agora realmente se pode encontrar o que de melhor se publica contemporâneamente em diversas áreas da literatura a preços razoáveis.

Durante quatro dias foram vários os limianos e “vizinhos” que prescrutaram nas diversas bancas instaladas no pavilhão adjacente à ExpoLima as obras que desfilaram nesta feira. Atribuída a uma única livraria, o evento teve diversas iniciativas onde se incluíram atividades lúdicas e musicais com pontos de bastante interesse, com gente da terra e convidados especiais. Além do pavilhão onde estava a “biblioteca”, na arena em frente do edifício vários foram os espetáculos musicais para ajudar a festa.

Ponte de lima: ezequiel rodrigues é polícia e a sua segunda alma é de escritor
Foto: Gil E. do Lago / O MINHO

De destacar no programa: “Um romance por entre cartas do século XIX”, de Isabel Correia Pinto, as edições comemorativas dos 200 anos de Camilo Castelo Branco, por José Cândido Oliveira Martins, “O Mundo Actual e o Futuro- realidade e desejo”, da Associação de Escritores, Jornalistas e Produtores Culturais de Ponte de Lima, “Agora e na Hora da Nossa Sorte”, de Francisco moita Flores, “Posso Falar-te de Velhos”, de Maria de Jesus Névoa, “Tu Nasceste para ser Feliz”, de Vera Melo, “As Nossas Bandas. Arte Musical em Ponte de Lima (1632-2025). Bandas Filarmónicas”, de Amândio de Sousa Dantas (limiano).

Mas como limiano, Ezequiel Rodrigues foi o nome maior do último dia que trouxe vários conterrâneos à Feira de Exposições ExpoLima. Ezequiel Rodrigues não é escritor. É, mas não vive disso. Mas é isso que o faz viver. É um agente da polícia, licenciado em Ciências Políciais, doutorado em Ciências Forenses, mas que antes disso cedo sentiu o chamamento da escrita e isso explorou nos últimos anos, não só a escrever, mas a descrever. A descrever as suas paixões, a dança e a sua terra. “Milongas de uma Vida” são mesmo milongas de uma vida que nunca parece longa mas é longeva na sua perpetuidade para os ocasos que foi encontrando.

Ponte de lima: ezequiel rodrigues é polícia e a sua segunda alma é de escritor
Foto: Gil E. do Lago / O MINHO

Chega a emocionar-se para explicar que através dessa paixão que é a dança, e que os leva “a qualquer cidade, a qualquer local onde se ouça música”, ele e a sua companheira, na vida e na dança, por vezes são os confidentes de pessoas que têm na dança a sua alegria e a sua terapia.

Por capítulos, Ezequiel descreve o que é a vida na dança e o que é a dança da vida. Seja o seu folclore minhoto das terras limianas ou o tango que adora da Argentina ao Uruguai. Passando também pelos dotes culinários deste canto no atlântico. São várias as coisas enaltecidas ao Minho e Lima neste Milongas, muito da terra, Ponte de Lima. Facha (de onde é natural), Seara, Correlhã, festas, celebrações, encontros. E essas celebrações, encontros, músicas, têm na obra um interessante encontro através da tecnologia do ‘qr code’. No livro há diversos “selos” de ‘qr code’ que acedendo com o telemóvel vai-se direitinho para intervenções registadas no YouTube sobre festas e celebrações alto-minhotas.

Ponte de lima: ezequiel rodrigues é polícia e a sua segunda alma é de escritor
Foto: Gil E. do Lago / O MINHO

Ezequiel Rodrigues é um orgulhoso autor da sua terra, como orgulhoso e dedicado apaixonado escritor. Um dos muitos representados nesta feira do livro – a maioria sem ser presencialmente claro, que foram desde prémios Nobel até autores de estudos sobre arqueologia.
Mas o agente Ezequiel, o limiano Ezequiel, o cidadão Ezequiel, é o mesmo que nos diz que não basta sonhar, tem de se concretizar, transpôr para o papel os sonhos, as ideias, vividas e imaginadas, porque cada feira do livro é uma viagem.

 
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