O Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) formalizou cinco novos acordos de cooperação com Institutos Federais (IF) brasileiros – IF Amazonas, IF Acre, IF Rio Grande do Sul, IF Bahia e IF Triângulo Mineiro – e renovou o protocolo já existente com o IF Rio de Janeiro, foi hoje divulgado.
A instituição participou no II Seminário Luso-Brasileiro de Ensino, realizado nos dias 10 e 11 de abril, na reitoria do Instituto Federal da Bahia (IFBA), em Salvador, Brasil.
De acordo com o IPVC, em comunicado, estes acordos refletem a aposta da instituição na “internacionalização, centrados, especificamente, em potenciar programas de mobilidade, de dupla titulação, em fomentar ainda a investigação colaborativa entre docentes e impulsionar também projetos com impacto direto no desenvolvimento sustentável dos territórios”.
Para o presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues, “a presença ativa do IPVC no Brasil traduz a visão da Instituição de internacionalização com impacto nos países de língua portuguesa”.
“Estes acordos não são apenas instrumentos formais – são pontes para a inovação, para o conhecimento partilhado e para o crescimento conjunto de instituições e territórios”, disse.
A vice-presidente do IPVC e responsável pela Internacionalização da Instituição, Ana Paula Vale, defendeu que estes acordos devem ser acompanhados de planos de trabalho concretos, com monitorização de resultados, como “forma de garantir que estas parcerias se traduzem em ganhos efetivos para as instituições e comunidades envolvidas, entre estudantes e pessoal docente e não docente”.
“Neste seminário, tivemos oportunidade de demonstrar o papel e a importância que o Politécnico de Viana do Castelo dá ao eixo estratégico da internacionalização, reforçando, precisamente, esse papel com os novos acordos assinados. A forte presença do IPVC no seminário é também um reflexo do reconhecimento que temos vindo a conquistar na Rede Federal brasileira, o que nos dá ainda mais motivação para o desenvolvimento de projetos, nomeadamente no âmbito do Erasmus, ao nível do capacity building e dos projetos Jean Monnet, linhas de financiamento que permitem a integração destes parceiros do ensino superior. Estes acordos vão muito além da formalidade: são compromissos estratégicos para promover o conhecimento, a mobilidade e a inovação nos territórios, sublinhou Ana Paula Vale.
O IPVC sublinha ainda que a relação de cooperação entre o politécnico e as instituições brasileiras tem sido marcada pela implementação de iniciativas mobilidade de estudantes e docentes e de capacitação de colaboradores, como destacou Rodrigo Lemos, coordenador-geral de Relações Internacionais do Instituto Federal do Rio de Janeiro, que apresentou os resultados de projetos conjuntos já em curso com o politécnico.
O IPVC iniciou as primeiras duplas titulações, entre Graduação do Brasil e Mestrado do IPVC, em 2023, com o Instituto Federal do Maranhão, tendo depois desenvolvido trabalhos neste âmbito com o Instituto Federal de Santa Catarina e o Instituto Federal de Minas Gerais. No âmbito das duplas titulações entre mestrados, em 2024, foram assinadas duas: uma com a UNESC, no Brasil, e outra com a Østfold University College, da Noruega.
“Até agora e à assinatura destes novos protocolos, tínhamos um total de sete duplas titulações, acordos que potenciam a mobilidade de estudantes e investigação conjunta ao nível da orientação das teses de mestrado e de publicações conjuntas”, acrescentou a vice-presidente do Politécnico de Viana do Castelo, citada em comunicado.
Sob o tema “Inovação e Cooperação: O Caminho para a Implementação Efetiva de Redes Internacionais”, o seminário em Salvador da Bahia reuniu dirigentes de instituições de ensino profissional, científico e tecnológico de Portugal e do Brasil. Organizado pelo CONIF (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica), em parceria com o CCISP (Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos), o evento teve como objetivo central a consolidação de uma rede de colaboração estratégica entre os dois países.
“O reforço da presença do IPVC no Brasil insere-se numa trajetória consolidada de crescimento internacional, sustentada por uma visão estratégica orientada para o impacto real nas pessoas, nas instituições e nos territórios. Entre 2020 e 2024, o Politécnico de Viana do Castelo estabeleceu mais de 50 parcerias internacionais fora do espaço europeu, com especial enfoque nos países de língua portuguesa e em regiões com potencial de colaboração académica e científica. Só no Brasil, o IPVC mantém acordos com 21 Institutos Federais e 10 universidades, construindo uma rede que integra mobilidade, formação avançada e desenvolvimento regional”, explicou o politécnico.
“A missão do ensino superior politécnico exige hoje uma atuação global, assente em redes colaborativas que favoreçam a produção de conhecimento e a qualificação avançada. O IPVC posiciona-se como uma instituição que contribui ativamente para a construção de uma academia aberta, plural e comprometida com o desenvolvimento científico e social”, afirmou o presidente do IPVC, Carlos Rodrigues.
Este modelo tem gerado “resultados estruturantes”. O IPVC conta com sete duplas titulações formalizadas entre 2023 e 2024, em áreas como agronomia, zootecnia, engenharia civil, informática, cibersegurança e ciência dos materiais, envolvendo instituições de referência no Brasil e na Noruega.
Estas titulações permitem que os estudantes obtenham simultaneamente um diploma do IPVC e da instituição parceira, reforçando a qualificação, a empregabilidade e a cooperação académica entre docentes.
Ao mesmo tempo, a procura por parte de estudantes internacionais mantém-se “estável”: apesar da redução de vagas em 2023/24, o número de matrículas voltou a crescer em 2024/25, atingindo 211 estudantes internacionais, com destaque para os mestrados.
“A internacionalização académica não se mede apenas pelo número de acordos, mas pela sua densidade intelectual e pelo valor que acrescentam à formação e à investigação. É essa qualidade relacional e científica que temos procurado aprofundar em cada parceria que firmamos”, reforçou o presidente.
O IPVC diz que se tem vindo a destacar neste panorama, posicionando-se como “uma das instituições portuguesas mais ativas na dinamização de projetos internacionais no espaço lusófono”.
Na visão de Carlos Rodrigues, “é fundamental que o IPVC continue a assumir um papel agregador e catalisador de redes internacionais”.
“Estar presente no Brasil é mais do que uma estratégia: é um compromisso com o futuro da educação superior, assente em valores de cooperação, inclusão e desenvolvimento sustentável”, disse ainda.
O seminário decorreu no seguimento da 143.ª Reunião Ordinária do CONIF, realizada entre 08 e 11 de abril, também em Salvador, e contou com a presença de reitores, presidentes e vice-presidentes das instituições envolvidas.