Cerca de 40 operacionais da PSP manifestaram-se esta tarde em Viana do Castelo para reivindicar uma melhoria do valor do subsídio proposto pelo Governo para agentes da PSP e militares da GNR. Ao protesto juntaram-se também alguns militares da GNR. Os operacionais apresentaram-se, em protesto silencioso, vestidos com t-shirts pretas e com cartazes reivindicando subsídio de risco “digno”.
A vigília volta a realizar-se amanhã, também entre as 16:30 e as 18:30 horas, numa iniciativa que começou em Braga e decorre em paralelo em vários comandos da PSP e da GNR deste país e culima, na quarta-feira, com uma manifestação nacional, pelas 10:30, junto do Ministério da Administração Interna.
“Como somos solidários também nos juntamos a este protesto contra a proposta que foi apresentada pelo Governo e que é indigna, é uma autêntica esmola, para o risco que corremos todos os dias”, disse a O MINHO José Cadilha, um dos agentes que se manifestaram em Viana do Castelo.
“A proposta que nos foi apresentada não serve. Exigimos respeito e dignidade. Em duas décadas foram 30 elementos policiais mortos. No ano passado, segundo o relatório anual de segurança interna, houve 575 polícias e 285 militares da GNR agredido”, aponta José Cadilha, reclamando um “subsídio de risco condizente com o risco da profissão.
Os sindicatos e associações socioprofissionais indicam que o Governo propôs que um subsídio no valor de 100 euros para o pessoal de patrulha, 90 euros para quem desempenha funções de comandos e 80 euros para os restantes operacionais. Atualmente a componente fixa do suplemento de serviço nas forças de segurança é de 31 euros, o que se traduz num aumento de 68, 59 e 48 respetivamente, alegam estas estruturas.
Mas os agentes da PSP e GNR lembram que este subsídio na Polícia Judiciária é de 430 euros e exigem igualdade. Nesse sentido, será entregue no MAI um memorando com reivindicações no qual se justificam os 430 euros que os representantes da policia e da GNR reclamam para subsídio de risco.
O Ministério da Administração Interna apresentou às estruturas da PSP e da GNR um novo suplemento por serviço de risco nas forças de segurança, que substituirá o atual suplemento por serviço nas forças de segurança, e contempla a majoração do valor consoante as funções desempenhadas pelos polícias.
De acordo com o MAI, a proposta para a componente fixa do suplemento por serviço nas forças de Segurança (atualmente de 31 euros) prevê 100 euros por mês para os elementos em funções de ronda e patrulha, 90 euros para quem têm funções de comando e 80 euros para os restantes operacionais da PSP e GNR, significando, na prática, um aumento de 68, 59 e 48 respetivamente.
Além da concentração junto ao local do Conselho de Ministros, a plataforma constituída por 13 sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR tem também marcada para o fim da tarde de quinta-feira uma outra ação de protesto junto ao MAI para exigir um subsídio de risco no valor de 430,39 euros.
A Associação dos Profissionais da Guarda, que também não faz parte da plataforma, e a ASPP já anunciaram a realização de uma manifestação em frente ao MAI no dia 21 de julho e avançaram que vão apresentar ao Governo uma contraproposta que prevê o pagamento faseado do subsídio de risco até 2024,
Entretanto, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna já garantiu a disponibilidade do Governo para atribuir aos polícias um subsídio de risco com valor de “alguma dignidade”, mas num quadro “realista”.