Declarações após o jogo da segunda jornada do grupo A da Taça da Liga de futebol entre Sporting Clube de Braga e Marítimo (2-1), hoje disputado em Braga.
Ricardo Sá Pinto (treinador do Sporting Clube de Braga): “Podíamos ter feito um resultado histórico, mas houve mérito fundamentalmente do guarda-redes do Marítimo, tantas e tantas foram as oportunidades, construídas com muita qualidade. Fizemos uma primeira parte de grande competência e qualidade de jogo, a equipa teve a mobilidade que lhe faltou no jogo do campeonato, fez boas combinações, meteu mais gente nas zonas de finalização, o adversário resumiu-se a um lançamento de linha lateral num lance do qual tenho dúvidas que tenha sido penálti, e ainda fizemos um golo limpo pelo Palhinha.
Depois, sofremos um golo que é caricato, a papel químico do sofrido no campeonato [com o Marítimo, 2-2], não pode acontecer de maneira nenhuma. Não acabámos o jogo a fazer antijogo, como o fez na altura o adversário, mas numa jogada direta, um desvio de cabeça, um livre lateral, podia haver um deslize que não merecíamos que houvesse. Mais uma vez fomos muito superiores e vencemos com justiça.
No golo sofrido não há demérito individual de ninguém, a responsabilidade é minha, são assuntos que podemos resolver em família, o Matheus tem tido um comportamento muito bom e é um grande guarda-redes.
A segunda parte podia ter sido mais conseguida, temos que analisar, mas não houve nunca controlo de jogo do Marítimo, podíamos ter feito mais três golos ainda assim. O guarda-redes do Marítimo fez uma exibição monumental, se o Real Madrid precisasse e tivesse vindo ver o jogo, tê-lo-ia contratado.
[Jogo decisivo com Paços de Ferreira] Temos seis pontos e ainda não nos qualificámos, uma equipa [Paços de Ferreira diante do Penafiel] com 10 jogadores fez dois golos, dois de penálti. Isto é o futebol, não se pode ter um jogo fechado, nem sempre há verdade, nem sempre ganha o melhor e nem sempre se faz justiça, merecíamos já estar noutra situação. O Paços é uma boa equipa que também quer passar, mas tínhamos sempre que fazer este jogo e temos de ir lá com a mesma concentração e humildade como contra qualquer adversário”.
Nuno Manta Santos (treinador do Marítimo): “Na primeira parte, o Marítimo esteve muito tímido, muito encolhido, respeitou muito o seu adversário, e o Braga foi melhor, marcou dois golos e podia ter marcado mais. Há um lance capital na primeira parte, um penálti a favor do Marítimo que podia ter mudado a história da primeira parte.
Na segunda parte, depois de uma conversa ao intervalo no sentido de que não podíamos recear tanto o adversário, houve um Marítimo melhor, mais forte e agressivo, mais intenso, a ir para cima e a dividir o jogo, podia ter feito mais golos e também sofrido.
Com este resultado, o Marítimo fica matematicamente eliminado da ‘final four’, parabéns ao Braga, mas ainda faltam alguns jogos e no futebol tudo pode acontecer.
[Ficou melindrado pelas críticas de Sá Pinto aquando do jogo do campeonato?] Podíamos falar muito sobre o discurso dos treinadores. O Marítimo veio com uma estratégia para esse jogo e conseguiu enervar o Braga e os seus adeptos, esteve a vencer e podia ter matado o jogo pelo Edgar Costa, não o fez e empatou 2-2, para o Marítimo foi um resultado positivo. Hoje também vi o Braga a perder algum tempo nas bolas paradas, para alguns é antijogo, para outros é gestão, depende de como se interpreta”.