A médica pneumologista Diana Pimenta, da Unidade Local de Saúde de Braga, emitiu hoje algumas “recomendações básicas” para a população face ao “imenso fumo que se faz sentir na cidade de Braga” e na região.
Em comunicado, explica que os incêndios florestais geram grandes quantidades de poluentes atmosféricos, incluindo partículas finas (PM2.5 e PM10), monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogénio (NO2) e compostos orgânicos voláteis (COVs). “Essas substâncias podem causar diversos problemas de saúde”, nota.
De forma geral, a poluição do ar pode “enfraquecer o sistema imunitário e aumentar a vulnerabilidade a infecções respiratórias”.
De acordo com a mesma fonte, as partículas finas podem “causar inflamação das vias respiratórias, agravando condições clínicas, como asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica”.
Por outro lado, a exposição prolongada à poluição do ar pode “aumentar o risco de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais”.
Para proteger a via aérea, e minimizar os efeitos da poluição atmosférica, resultante dos incêndios, a médica recomenda as seguintes medidas:
- Evitar atividades ao ar livre, nomeadamente que as crianças brinquem no exterior;
- Permanecer no interior das casas, manter janelas e portas fechadas, ligar o ar condicionado para refrigerar as habitações, usar purificadores de ar.
- Usar máscara com filtros adequados (como as N95) de forma a proteger as vias respiratórias da inalação de partículas finas;
- Manter-se hidratado e em lugares frescos;
- Os doentes com patologia respiratória, devem manter a sua medicação habitual de forma rigorosa, estando atentos a possíveis agravamentos dos sintomas, nomeadamente, agravamento da falta de ar e da tosse. Nestes casos, devem, se necessário, recorrer a observação médica.
Hoje, às 15:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 173 ocorrências, envolvendo mais de 3.800 operacionais, apoiados por 1.049 meios terrestres e 40 meios aéreos.
Desde domingo, as chamas chegaram aos distritos do Porto, em Gondomar; de Braga, em Cabeceiras de Basto; de Vila Real, em Vila Pouca de Aguiar; de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos) e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro-Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.