A Câmara de Melgaço anunciou hoje que foram plantadas 120 árvores da espécie autóctone Betula celtiberica (vidoeiro) ao longo da estrada que liga a vila de Melgaço a Castro Laboreiro, sobretudo na zona de montanha. Esta reflorestação é uma medida compensatória pelo abate de dezenas de árvores ao longo da EN202 que foi efetuado devido ao transporte dos aerogeradores para subparque eólico de Picos, em Castro Laboreiro.
A plantação está a cargo da empresa responsável pelo parque eólico, a Finerge, S.A., que, para além da plantação das árvores, terá de proceder à colocação de railes e ainda ultimar a limpeza dos sobrantes lenhosos ao longo da estrada, resultantes dos cortes e desmatações realizadas.
“A decisão para abater as árvores, entre algumas espécies autóctones e espécies consideradas invasoras, como as acácias, teve em conta todas as consequências para o território, a vários níveis. Por tal, foi desenvolvido um Plano de Plantação, adaptado às necessidades futuras, como forma de colmatar esta realidade para a qual não havia alternativa”, explica a autarquia.
A plantação foi feita de forma “a serem acauteladas diversas situações, nomeadamente as condições dos locais e a necessidade de um futuro transporte, precavendo que não haja necessidade de se proceder a podas ou a novos cortes de árvores”.
As árvores foram plantadas utilizando-se três tutores e um elástico, de forma a guiar o seu crescimento. Os tutores permitem também a fixação de uma malha de proteção, que impede que os animais as destruam.
Melgaço está inserido no “maior parque eólico do país”, localizado na região do Alto Minho, que se subdivide em cinco subparques. O concelho de Melgaço, juntamente com Monção, integra o subparque de Santo António, com uma potência instalada de 32MW; o subparque do Alto do Corisco, com uma potência instalada de 70,6MW; e o subparque de Picos, com uma potência instalada de 52MW.
Juntos, os cinco subparques, contribuem para a redução de 500 mil toneladas de dióxido de carbono por ano. “Colaboramos com a economia nacional através da produção eólica que aqui é feita e que permite autonomia de uma cidade média de 250 mil habitantes. Produzimos 15 vezes mais eletricidade renovável face ao total de energia que consumimos. A nossa economia local claramente que ganha com tal. Através desta energia eólica ficam dividendos, fica financiamento para as juntas de freguesia e para o município”, refere o presidente da Câmara Manoel Batista.
O transporte de novos aerogeradores ocorreu devido à necessidade de se instalarem equipamentos mais modernos, com uma potência muito superior à dos atuais – os antigos tinham uma potência de 2MW e os novos de 5MW.