A Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da Polícia Judiciária anunciou hoje a detenção de dois estrangeiros a bordo de um veleiro que transportava 100 quilogramas de cocaína proveniente da América Latina.
Em conferência de imprensa realizada em Setúbal, o diretor da UNCTE, Artur Vaz, revelou que a detenção dos dois suspeitos e a apreensão da droga e da embarcação, com pavilhão dinamarquês, foi efetuada no âmbito de uma operação de combate ao tráfico de estupefacientes por via marítima, em conjunto com a Marinha.
“Foi possível localizar, e depois intercetar, ao largo da costa portuguesa, sensivelmente entre Lisboa e Setúbal, uma embarcação, no caso um veleiro, procedente da América Latina, mais concretamente das Caraíbas, que era suspeito de transportar uma significativa quantidade de cocaína”, disse aos jornalistas Artur Vaz.
“Esta investigação, que está a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária, iniciou-se na sequência de informação trocada com parceiros internacionais, no quadro do MAOC-N (Centro de Análise e Operações Marítimas – Narcóticos), um organismo internacional sediado em Lisboa”, acrescentou.
O responsável da PJ adiantou ainda que a droga apreendida estava dissimulada em `jerricans´ modificados e teria como destino outros países europeus.
O diretor da UNCTE não quis revelar o valor da droga apreendida, mas segundo o Relatório Anual de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, que é elaborado pela PJ de acordo com as informações recolhidas pelas demais forças de segurança e outras entidades, o preço de venda de cocaína ao consumidor em 2023 foi de 33,24 euros por cada grama.
Com base neste relatório, o valor da cocaína, em estado puro, apreendida nesta operação, nunca seria inferior a 3,32 milhões de euros, sendo que poderia render mais do dobro deste valor.
Segundo o comandante José Sousa Luís, porta-voz da Marinha e da Autoridade Marítima Nacional, a missão conjunta da Marinha Portuguesa e Polícia Judiciária foi realizada com o empenhamento de “uma unidade naval da Marinha Portuguesa, que, com os meios de bordo, conseguiu localizar, identificar e seguir este veleiro”.
“Neste tipo de ações embarcamos inspetores da Polícia Judiciária, fazendo a Marinha primeiro a abordagem com um destacamento de ações especiais dos fuzileiros”, disse José Sousa Luís, “adiantando que não houve objeção de maior por parte dos dois tripulantes”.