David Costa, foi um dos industriais de pirotecnia do Norte do país detidos no âmbito da operação Fireworks II, no dia 11 de abril. Segundo a edição de hoje do Jornal de Notícias, o empresário admite que, após a sua detenção, a sua empresa Pirotecnia Minhota, situada em Santa Cruz do Lima, ficou “totalmente bloqueada”, com “os paióis cheios e lacrados pela polícia” e com os seus 25 trabalhadores “numa situação muito complicada”. Fala em prejuízos avultados que podem levar “à destruição da empresa”.
“No período da Páscoa tivemos perdas de cerca de 150 mil euros. Estou impedido de responder aos compromissos por estar afastado da gestão e até fisicamente da empresa. Os meus pais, que são os proprietários, têm 82 anos e não têm capacidade”, disse.
Além do afastamento da firma, David Costa está obrigado à apresentação duas vezes por semana no posto da GNR de Ponte de Lima. Disse ao JN que vai avançar com um pedido de alteração das medidas de coação que lhe foram aplicadas.
“Preferia estar preso do que nesta situação”, afirma.
O empresário da Pirotecnia Minhota de Ponte de Lima e ex-presidente da Associação Nacional de Empresas de Pirotecnia e Explosivos (ANEPE), questiona a interpretação que a Polícia de Segurança Pública (PSP) está a fazer da lei que regula o sector e exorta o diretor de Departamento, Pedro Moura a demitir-se.
Argumenta que “por ignorância ou por mentira”, Moura está a “denegrir a imagem” das empresas, e, no seu caso concreto, a colocar em risco de encerramento da sua centenária firma.
David Costa foi um dos nove detidos no dia 11 de abril por rotulagem ilegal, posse de explosivos proibidos e falsificação de documentos. Na altura, o diretor do Departamento de Armas e Explosivos da PSP, disse que as detenções resultaram de uma investigação com dois anos e que “comprovou que os artigos de pirotecnia mais perigosos eram rotulados como de baixa perigosidade, aumentando assim as capacidades de armazenamento e de transporte”. Declarou ainda que os detidos agiram “fugindo ao licenciamento da PSP e aumentando a insegurança dos cidadãos que circulam na estrada, morem perto dos locais de armazenamento ou que assistem a espetáculos”.
David Costa, que na sequência da detenção, foi totalmente afastado da sua empresa, entende que está “a ser tratado “injustamente e como um criminoso”.
“O público que viu espetáculos em Ponte de Lima, no S. João do Porto que organizei no ano passado, em Viana e em todo o país, perante as declarações do Senhor Diretor Pedro Moura, ficou a achar que eu sou um assassino e que as pessoas estiveram em risco eminente. Nunca coloquei ninguém em risco, porque não tem nada a ver a divisão de risco do artigo com a distância de segurança a público”, declarou ao Jornal de Notícias.