O tradicional Pinheiro de Guimarães é já esta quinta-feira, 29 de novembro, no âmbito das festividades estudantis e momento alto das festas Nicolinas, celebradas em honra de São Nicolau de Mira.
O enterro do Pinheiro e as Ceias Nicolinas iniciam as celebrações em honra de São Nicolau, que decorrem até ao dia 07 de dezembro. O primeiro dia das festas é o mais concorrido. Os números são incertos, mas há quem diga que chega a receber 100 mil pessoas.
As raízes deste cortejo remontam aos inícios do século XIX e o seu modelo mantém-se, na essência, inalterado: o “Pinheiro” segue enfeitado com lanternas e um festão com as cores escolásticas (verde e branco), pousado em carros puxados por juntas de bois, levando à sua frente uma representação da figura da deusa Minerva, deusa da sabedoria (que na realidade é desempenhada por um homem travestido com um traje de soldado romano).
As celebrações em honra de São Nicolau, em Guimarães, inicialmente eram de cariz exclusivamente religioso. No entanto, com o passar do tempo foram sendo incluídas nessas celebrações manifestações de caracter profano, tais como cantares, danças, etc., pois representavam uma forma de quebrar com a dureza do dia-à-dia.
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A “Ceia Nicolina” é tradicionalmente composta por caldo verde com tora, papas de sarrabulho, rojões de porco com batatas, tripas com grelos e castanhas assadas, sempre bem regadas com (muito) vinho verde da região (branco ou tinto).

O cortejo é liderado pela figura máxima deste dia, um membro da Comissão de Festas, o Chefe de Bombos. É ele quem conduz e lidera todo o cortejo do “Pinheiro”, e atrás de si e da sua “boneca” – que usa para marcar o ritmo dos bombos – seguem os estudantes, novos e velhos, rufando nas caixas o toque do Pinheiro e batendo forte nos bombos ao ritmo marcado pelo Chefe de Bombos.
Após o final do cortejo, os estudantes deslocam-se até à Alameda Abel Salazar, em frente ao antigo e simbólico Liceu Nacional de Guimarães, para aí ficarem a rufar o toque do Pinheiro, até ao raiar do dia.