Pimenta espera poder dedicar medalhas nos Mundiais aos bombeiros

Canoísta de Ponte de Lima na luta em três competições
Pimenta espera poder dedicar medalhas nos mundiais aos bombeiros

O canoísta Fernando Pimenta, de Ponte de Lima, garantiu hoje que se recusa a assinar antecipadamente a conquista de duas medalhas nas três competições em que vai participar nos Mundiais de Milão, nos quais compete em K1 500, 1.000 e 5.000 metros, a partir de quarta-feira. Contudo, fez questão de dizer, com emoção, que espera poder dedicar algum pódio aos “bombeiros e a todos aqueles que estão em Portugal na linha da frente no combate aos incêndios”.

“Duas medalhas em três provas? Não. Já respondi? O que querem que diga? O que é que vou fazer? Ser mentiroso?”, reagiu, gracejando, o atleta que tem cerca de 150 pódios internacionais por Portugal.

Nos Mundiais, que decorrem até domingo, Pimenta defende o título em K1 1.000 metros, a única distância olímpica, alcançado em 2023 na Alemanha, em Duisburgo, onde foi ainda prata nos 5.000 metros e bronze nos 500.

“Estamos num novo ano e ciclo olímpico. Estou a desfrutar um bocadinho mais do desporto e da canoagem e, felizmente, os resultados têm aparecido naturalmente, com os quatro títulos de campeão da Europa que consegui este ano”, sublinhou, referindo-se aos êxitos na pista e nas maratonas.

Nos europeus de pista, em junho, na República Checa, o limiano foi campeão da Europa em K1 1.000 e 5.000 metros, enquanto nas maratonas, em Ponte de Lima, ante os seus conterrâneos, levou o ouro na prova curta de K1 e na longa de K2, juntamente com José Ramalho.

“Acho que é um marco e um feito inédito na canoagem mundial e no desporto em geral, conquistar dois títulos europeus em maratona e passados 15 dias dois na velocidade. Não me recordo de nenhum atleta do desporto mundial a conseguir fazer isso”, congratulou-se.

Para que os portugueses percebam o feito, ilustrou com outros desportistas da elite mundial, do atletismo e da natação.

“O (Usain) Bolt ganhou muitas vezes mundiais de velocidade, mas nunca o de maratonas. O (Michael) Phelps venceu muitas provas de piscina, porém nenhuma em natação águas abertas”, exemplificou.

Sem colocar a si próprio a pressão de medalhas, o canoísta de 36 anos prometeu apenas o habitual, “dar o melhor” de si, confiando na receita que o tem mantido na elite internacional há quase duas décadas.

“O segredo é muito trabalho, muito sacrifício, muita disciplina, muita ambição e garra. Um toquezinho de humildade acho que também não fica nada mal nestes ingredientes. E conseguir saber dar a volta às situações e ir buscar energia a coisas positivas e não estar a pensar só nas negativas”, exemplificou.

O seu treinador. Hélio Lucas, e que agora é igualmente diretor técnico nacional da federação, recordou que Pimenta está mais focado em “boas sensações” do que na responsabilidade das medalhas, lembrando os pódios que já atingiu este ano.

“Como ele diz, o ideal é ir fazendo prova a prova, ter boas sensações e depois irmos vendo. Ele não promete medalhas, não penso que seja o objetivo. É procurar o seu melhor desempenho. Sabemos que vai sempre lutar por elas, mas se vai conquistar três, duas ou uma mais brilhante“, desvalorizou.

Quanto ao facto de Portugal defender também o ouro mundial em K2 500, com João Ribeiro e Messias Baptista, bem como fazer valer o estatuto de campeão da Europa de K4 500, desta dupla juntamente com Gustavo Gonçalves e Pedro Casinha, Hélio Lucas refere que êxitos passados “não dão créditos” para os desafios presentes.

“Durante as regatas, não temos nenhuma vantagem por termos alcançado esses resultados, que apenas nos dão pressão e responsabilidade”, vincou, recordando que no K4 os pódios nos maiores eventos internacionais são sempre muito voláteis.

Os Mundiais de canoagem de Milão reúnem 73 países e cerca de 800 canoístas, 14 dos quais portugueses, incluindo dois na paracaoagem.

 
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