O candidato do CDS à Câmara de Ponte da Barca, David Nunes, escusou-se hoje a apontar resultados eleitorais do seu projeto político, mas garantiu querer ser a “voz da mudança” que “os barquenses anseiam”.
Em declarações hoje à agência Lusa, o piloto de linha aérea, de 46 anos, natural de Angola e residente no Porto, disse ser com “honra e com espírito de entrega” que decidiu estrear-se na vida política, concorrendo à autarquia de Ponte da Barca, “pelas ligações que mantém desde a infância com toda a região do Minho”.
“Estranhamente, e ao contrário do que tentou passar, por sermos de fora do concelho, não sentimos dificuldades e fomos muito bem recebidos pela população de Ponte da Barca. Não é nada que me espante porque passei a minha infância e ainda hoje estou muito ligado às gentes dessa região do país. Neste momento, tal foi a boa surpresa que tivemos que vamos estar neste projeto até ao fim, e no dia 26 [dia das eleições] os protagonistas são os barquenses”, afirmou David Nunes.
O candidato do CDS-PP quer ser “a voz da mudança dos barquenses que querem melhores condições de vida”.
Segundo os dados preliminares do Censos 2021, Ponte da Barca foi um dos concelhos do distrito de Viana do Castelo que registaram uma diminuição populacional mais acentuada, -8,32%, na última década.
Fixar jovens ao território através da criação de emprego, resultante da instalação de novas empresas no concelho, é uma das prioridades do candidato.
“Queremos dar voz aos jovens que partem do concelho para arranjar melhores condições de vida. O objetivo é tentar que os jovens com instrução superior permaneçam no território, através da fixação de empreendimentos empresariais atrativos”, sustentou o comandante.
De acordo com dados da plataforma Eyedata relativos a 2020, hoje consultados pela Lusa, viviam em Ponte da Barca 11.139 pessoas, sendo que 3,7% da população entre os 15 e os 64 anos estava inscrita nos centros de emprego.
Os mesmos dados referem que, em 2019, o ganho médio dos trabalhadores por conta de outrem era de 854,20 euros.
David Nunes apontou ainda o “apoio à terceira idade, muito desprotegida, nomeadamente ao nível dos cuidados de saúde”.
“Ponte da Barca oferece escolhas muito curtas nesta área. A própria deslocação aos serviços de saúde, para essas pessoas, é complicadíssima e, como sabemos, Ponte da Barca tem na sua maioria uma população de idade mais avançada. Aquilo que o CDS sempre defendeu é o passaporte verde para a saúde, garantindo apoio a essa faixa etária da sociedade”, especificou.
Em 2020, existiam 2,69 médicos por mil habitantes de Ponte da Barca.
Além da candidatura do CDS-PP, concorrem nestas eleições em Ponte da Barca o PSD, que recandidata Augusto Marinho a segundo mandato, Pedro Lobo, pelo PS, Afonso Graçoeiro Gonçalves, pela CDU, e Paulo Alexandre São José, pelo Chega.
Nas autárquicas de 2017, o PSD conquistou 67,81% dos votos e seis mandatos, o PS conseguiu 17,68% dos votos e um mandato autárquico. O CDS-PP 5,62% e o PCP 3,86% dos votos.
As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.