Picado na cara e nos braços por vespas asiáticas quando cortava erva em Barcelos

Homem na casa dos 30 anos foi hospitalizado

Um homem, na casa dos 30 anos, teve de ser ontem hospitalizado na sequência de um ataque levado a cabo por várias vespas velutinas, vulgo asiáticas, quando cortava erva num terreno em Barcelos.

Tudo terá acontecido na Rua de Santa Marinha, entre as freguesias de Aborim e Quintiães. O morador estava a cortar umas ervas no terreno ao lado de casa para plantar batatas quando foi surpreendido pelos insetos, cujo vespeiro se encontrava numa zona rasteira, num valado.

Apesar de ter sofrido várias picadas no rosto e nos braços, o homem, numa fase inicial, decidiu não recorrer aos serviços de saúde, mas as dores começaram a tornar-se insuportáveis, e acabou por ligar para a Saúde 24, que lhe recomendou uma ida urgente para uma unidade hospitalar.

Local onde se encontrava o ‘ninho’ rasteiro. Foto: DR

O homem acabou por ir, pelos próprios meios, para o Hospital de Barcelos, onde foi assistido e tratado com corticoides (anti-inflamatórios), já tendo recebido alta.

Quanto ao ninho, foi destruído pelos serviços da Junta de Freguesia de Quintiães e Aguiar com ajuda de populares.

António Pereira, presidente da Junta, adiantou a O MINHO que, este ano, foram destruídos oito ninhos primários de vespa velutina.

No ano passado, por esta altura, tinham destruído 31.

“É sinal que as armadilhas estão a resultar e que este ano há menos ninhos, considerou o autarca que, desde janeiro, tem implementado armadilhas caseiras um pouco por todos os lugares das duas freguesias.

“As armadilhas são um sucesso, mas dão um trabalho enorme”, concluiu.

A vespa velutina nigrithorax chegou acidentalmente à Europa em 2004, num porto francês, dentro de um contentor carregado com fruta. De acordo com o que se pode ler no portal do ICNF, em setembro de 2011, “a espécie invasora foi confirmada pela primeira vez em Portugal por entomólogos e apicultores”, em Viana do Castelo.

“O investigador José Manuel Grosso-Silva e o apicultor Miguel Maia (Associação Apícola Entre Minho e Lima) confirmaram que dali os núcleos se expandiram pelo Noroeste e Centro de Portugal”, lê-se na mesma nota. Em 2021, já conseguiu colonizar com sucesso grande parte de Portugal e do Sul do continente europeu.

Vespa velutina sai de apiário. Foto. Fernando André Silva / O MINHO

De forma a “diminuir o impacto causado pela vespa asiática nas zonas onde já se encontra instalada e prevenir a disseminação da espécie a outras áreas”, foi desenvolvido o “Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal”, a cargo da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, e do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.

Através deste plano, o Governo disponibiliza anualmente mais de um milhão de euros para que os municípios possam desenvolver um plano eficaz de eliminação da espécie, algo que não se tem provado suficiente para erradicar as já maiores predadoras de abelhas em Portugal.

 
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