“Pessoas LGBTQIAP+ têm medo de andar de mãos dadas nas ruas de Braga”

Marchas decorreram ontem e hoje em Barcelos e Braga

Este fim de semana decorreram duas marchas de “orgulho LGBT+”, em Braga e em Barcelos, com adesão de centenas de participantes. O coletivo Braga Fora do Armário, que organizou a marcha bracarense, lembrou que “pessoas LGBTQIAP+ têm medo de andar de mãos dadas nas ruas de Braga”, esperando que estas marchas mudem mentalidades.

No sábado, a 3.ª edição marcha em Barcelos teve como ponto de encontro, às 15:00, o Parque da Cidade, em frente ao Pavilhão Municipal, e a comunidade saiu à rua para “celebrar o orgulho” que têm em ser quem são e “na forma que amam”.

“Mas também saímos às ruas da cidade em luta contra todas as formas de opressão e discriminação, reivindicando a inclusão e a igualdade”, salientou a organização, antes da marcha.

Foto: DR
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Em Braga, este domingo, a concentração da 10.ª edição desta partiu às 15:00, do Parque da Ponte. O trajeto passa pela Av. da Liberdade e subiu até o chafariz da Praça da República, onde foi lido o manifesto da Marcha e foram entoadas palavras de ordem.

Segundo a organização, “Braga é a terceira maior cidade do país, e ainda assim, pessoas LGBTQIAP+ não se sentem seguras para serem quem são”. E acrescenta: “Sabemos de dezenas de pessoas que até se mudam para o Porto ou para Lisboa para poderem se expressar e terem liberdade. Nós queremos mudar essa realidade”.

“Pessoas LGBTQIAP+ têm medo de andar de mãos dadas nas ruas de Braga e têm medo de expressar a sua identidade, porque convivem com olhares e frases veladas de preconceito numa cidade que ainda é muito conservadora. As iniciativas universitárias enfrentam limitações e produtores de festas LGBTQIAP+ lidam com resistências e poucos espaços com portas abertas”, conclui.

Após a marcha, às 19:00, ocorre o ‘after party’ oficial da marcha no Barhaus (Rua Dom Gonçalo Pereira, 58) com a participação de DJs e artistas da comunidade LGBTQIAP+ local: DJ Pau, Lucas de Freitas, as Drag Queens Doll Maron, Mango Green e a cantora Calua.

Está também prevista a performance do coletivo Xota Produções, com performances de Drag Kings.

Este ano a marcha teve como lema “Não ficou tudo bem”, escolhido “como crítica ao bordão ‘vai ficar tudo bem’ que era acompanhado do arco-íris durante as medidas de combate à pandemia”, explica a organização.

“O arco-íris é usado desde a década de 70 para representar a comunidade LGBTQIAP+ e recentemente também foi adotado como sinónimo e esperança de que ‘o novo normal’ pós-pandémico seria mais feliz e positivo para todas as pessoas. No entanto, no mundo inteiro assistimos o retrocesso e a explosão de pensamentos preconceituosos, a retirada de direitos, além da instabilidade económica e a inflação que atingem primeiro os grupos sociais marginalizados, como a comunidade LGBTQIAP+. A verdade é que ‘não ficou tudo bem!’”, declara o coletivo Braga Fora do Armário.

 
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